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Encontro de países do Mercosul repudia lei antiimigração

Bloco sul-americano elege União Européia como focoMesmo sem ser convidada, a Europa virou protagonista de encontro do Mercosul. Enquanto a União Européia não quer abrir mão de seus subsídios à agricultura e pede acesso a bens e serviços dos sul-americanos, estes formalizam, na cúpula que se iniciou nessa segunda-feira, dia 30, e termina nesta terça, dia 1º, o repúdio à lei de imigração aprovada pelo bloco europeu. São situações independentes uma da outra, mas mostram que a 35ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em San Miguel de Tucumán (Ar

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, anunciou nessa segunda-feira que haverá a reiteração do protesto, já manifestado em conjunto e pelos países, individualmente.

? O bloco regional se expressará novamente com firmeza a respeito da lei migratória da União Européia. Pensamos que não há pessoas ilegais, a pessoa não é ilegal nem a migração é um delito. Todas as pessoas têm direitos elementares dos quais não podem ser privadas ? disse Taiana.

E não é só isso: o Mercosul vai articular novos acordos comerciais com países emergentes, pensando sempre em alternativas para a falta de avanços nas negociações com a UE.

A chamada Diretiva de Retorno foi aprovada no último dia 18 de junho, pelo Parlamento Europeu e estabelece que os imigrantes ilegais podem ser detidos por até 18 meses enquanto tramita a burocracia para sua repatriação. Proíbe também o imigrante de voltar a pisar em solo europeu pelo período de até cinco anos.

Outro tema a ser discutido em San Miguel de Tucumán será a adesão integral da Venezuela ao Mercosul, possibilidade aberta já em 2005. A entrada, porém, tem esbarrado nos Senados do Brasil e do Paraguai, que não a ratificaram. Por sua vez, o Uruguai vai propor a inclusão do México no bloco.

Outros assuntos que estão na agenda do encontro são a possibilidade de estender a todo o bloco o mecanismo de comércio com moedas locais, que será iniciado em breve por Brasil e Argentina, a abertura comercial com o Chile e a ampliação da dispensa de passaportes para turismo. Os presidentes sul-americanos devem, também, assinar uma declaração conjunta com um forte conteúdo político sobre a união do bloco nas negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Para a realização da cúpula, mendigos foram retirados do centro de San Miguel de Tucumán. O objetivo é evitar uma imagem negativa da província de Tucumán. Quase 30% dos habitantes locais vivem abaixo do nível da pobreza. Os tucumanos afirmam que o evento é o mais importante ocorrido na cidade desde 1816, quando Tucumán foi palco da proclamação de independência da Argentina.

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