Depois do boom no preço da energia elétrica, produtores rurais de todo o país viram os custos de produção dispararem. Em Mato Grosso, a adoção de tecnologias como o uso de energia solar ou compartilhada é vista como oportunidade. O assunto foi debatido no primeiro Congresso de Bioenergia do estado que terminou nesta quarta-feira, dia 14, em Cuiabá.
Durante os dias de congresso, agricultores aprenderam sobre novas formas de autossuficiência energética, como ressaltou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Famato, Ricardo Arioli. “Uma das grandes oportunidades que temos para discutir e implementar é a geração compartilhada. A indústria e até cooperativas de produtores poderão ter uma geração de energia termoelétrica, por exemplo, onde usaremos o eucalipto plantado pelos produtores, provocando uma redução de custos que viria de encontro com as contas de consumo de energia”, disse.
De acordo com Arioli, a termoelétrica montada por produtores seria ligada na rede elétrica local e a quantidade gerada poderia ser descontada do consumo da indústria e até das propriedades que fazem parte do projeto, o que traria uma economia significativa para os próprios produtores locais.
Apesar de parecer um investimento alto, o custo acaba sendo pago em pouco tempo, segundo o especialista. “O governo do estado já tirou o ICMS da energia compartilhada. E, se isso for feito através de financiamentos, com certeza o tempo de pagamento será menor, pois o Mato Grosso tem uma das energias elétricas mais caras do Brasil e as oportunidades para a redução de gastos são enormes”, completou.