Um passo nesse sentido foi dado ontem pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), que iniciará o cadastramento de potenciais fornecedores de materiais e serviços para as obras. A proposta foi feita à Engevix ontem, durante evento em Porto Alegre.
Com o plano, que deverá ser articulado institucionalmente nos próximos meses, a Sergs pretende oferecer à Engevix suporte de máquinas, equipamentos, serviços de engenharia, instalação, montagem e construção civil.
? Teremos um investimento muito grande, cabe a nós efetivá-lo dentro do Rio Grande do Sul. Pela primeira vez, as entidades de engenharia estão unidas para inserir a indústria gaúcha num empreendimento que vai além dos interesses empresariais ? afirma Cylon Rosa Neto, presidente da Sergs.
O movimento por incentivos legais para empresas gaúchas foi iniciado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos no Rio Grande do Sul (Abimaq-RS). A meta é que todos os empreendimentos que receberem incentivo do Estado gaúcho deem preferência para indústrias locais na compra de máquinas e equipamentos.
? O Brasil é um dos poucos países que tributam de forma linear os investimentos, o que faz com que nossos produtos percam competitividade frente aos europeus e asiáticos. Máquinas brasileiras chegam a ser quase 50% mais caras que as importadas ? diz Hernane Cauduro, diretor regional da Abimaq-RS.
O vice-presidente da Engevix Construções Oceânicas, Daniel Peres, mostrou-se aberto a negociações.
? Não há dúvida de que precisaremos do apoio da indústria local. Quanto mais próximos estiverem os fornecedores, mais fácil será a logística e o cumprimento da legislação que prevê 70% de conteúdo nacional nas obras ? afirmou.
As obras da Engevix deverão ter início em julho de 2011. A previsão é de que sejam construídos oito cascos para exploração na camada pré-sal ? o primeiro no prazo de três anos.
Os desafios da companhia, segundo Peres, envolvem as licitações ambientais, que devem ser aprovadas nos próximos 60 dias, e a mão de obra. Para suprir a falta de qualificação, trabalhadores da parceira chinesa Cosco deverão treinar os futuros funcionários do polo naval.