O dólar atingiu durante o pregão desta quinta-feira, 20, a máxima de R$ 4,399. No acumulado do ano, a moeda norte-americana já acumula alta de 8,8%. De acordo com Cristiane Quartaroli, economista da Ourinvest, há basicamente dois fatores que estão desvalorizando o real neste momento.
O primeiro é o ambiente contínuo de incertezas gerado pelo coronavírus. Segundo ela, o mercado passa por um momento de aversão ao risco porque não se sabe ainda os impactos do avanço da doença na economia da China e mundial.
“Por conta disso, nossa moeda acaba sofrendo. Hoje [quinta-feira], vimos o dólar subir bastante por conta desse cenário externo”, comenta.
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Outro motivo que tem elevado o valor do dólar é a atual taxa de juros do Brasil, a Selic, que está no menor patamar da história. Quartaroli explica que quando o investidor estrangeiro olha para o Brasil com o intuito de colocar seu dinheiro aqui, ele percebe, além dessa taxa baixa, uma economia ainda dependente do andamento das reformas.
“Atualmente, essas reformas estão paralisadas e o investidor espera por elas para voltar a investir aqui e colocar seus dólares no mercado brasileiro”, explica. Para ela, além da questão externa, com o coronavírus, o Brasil possui uma economia fragilizada e dependente das reformas.
Tendência
Para a economista da Ourinvest, conforme surgir notícias mais positivas dentro do Brasil, como o avanço de alguma reforma, o mercado pode ficar mais calmo ao longo dos próximos meses. “Mas ainda vamos ficar muito dependente do cenário externo”, enfatiza.
