Uma forte tensão toma conta dos mercado neste início de semana. Na manhã desta segunda-feira, 9, os negócios na Bolsa de Valores do Brasil foram paralisados por 30 minutos, após o índice recuar mais de 10%.
No cenário internacional, as bolsas também registraram um dia de queda. Os investidores reagem à decisão da Arábia Saudita de aumentar a produção de petróleo e dar descontos aos compradores.
A atitude foi uma resposta à Rússia que não quis participar de um acordo, proposto na última semana, para cortar a produção de commodities em meio aos impactos do coronavírus na economia mundial. Em reação, os contratos futuros do petróleo caíram cerca de 30%, maior queda em quase 30 anos.
Impactos no agronegócio brasileiro
De acordo com o analista Tadeu Silva, da INTL FCStone, o agronegócio irá sentir os efeitos dessas medidas via demanda para biocombustíveis, mas ainda sim, será um dos menos impactados pela crise.
Para o etanol de milho e cana, Silva explica que isso afeta a economia, e acende o alerta de como o governo pode lidar com a situação e a pressão pode ser ainda maior sobre o câmbio.
“Outro ponto, é que os Estados Unidos é um país produtor baseado em produção de curto prazo, o que causa um maior endividamento dos produtores e isso deixa os custos de produção maior. Isso pode levar uma crise nos Estados Unidos e dificultar a aceleração da economia norte-americana”, diz ele.
Milho e cana
Ainda de acordo com Silva, para o setor produtor de etanol de milho e cana, ‘vai ficar difícil, já que a concorrência neste mercado ficará maior’, diz ele. “A gasolina, pode ser reduzida em até R$ 0,20 e isso pode bater de frente com os custos de produção de quem produz. Os Estados Unidos que também é um grande produtor de milho e eles vão começar a ofertar mais milho no mercado internacional também por causa do preço baixo do petróleo”, afirma o analista.