Agricultura

Entidades argentinas do agronegócio criticam medidas para conter inflação

De acordo com as principais entidades, o excesso de emissão monetária é a principal causa da alta dos preços

A Mesa de Enlace, grupo que reúne as principais entidades agrícolas da Argentina, divulgou comunicado em que critica as medidas do governo do país para conter a alta de preços. Segundo a entidade, os instrumentos “já foram implementados no passado recente com resultados contraproducentes para a produção, a atividade e o emprego”.

De acordo com a Mesa de Enlace, a alta de preços não ocorre por causa da exportação de alimentos, e sim em decorrência do excesso de emissão monetária “em consequência de gastos públicos galopantes e de baixa qualidade, por sua vez produto de um Estado superdimensionado e ineficaz”.

Os representantes do setor rural afirmam que o necessário agora é gerar expectativas positivas sobre a produção e o investimento, e não causar burocracia com instrumentos “já fracassados”.

Entre as medidas anunciadas pelo governo argentino, estão o aumento na restrição para exportações de carne bovina e novos acordos para venda de proteínas a preços acessíveis.

O anúncio foi feito pouco depois da divulgação de dados que mostraram a inflação de 4,8% no país em março na comparação com o mês anterior, maior marca no governo do presidente Alberto Fernández.

Para a Mesa Enlace, “é alarmante que o governo siga trilhando caminhos errados, tomando medidas sem consultar e que só aprofundam a difícil situação pela qual passamos”. De acordo com o grupo, “essa situação é afetada pela pandemia e pelos problemas que surgem da política econômica errática do governo, como a inflação, a falta de financiamento e os altos custos de produção”.