– O setor vem sendo protagonista na geração de riqueza, emprego e renda, trazendo ganhos socioeconômicos para o país, e por isso merece e deve ter tratamento à altura de sua importância – afirma o presidente da Rural, Gustavo Diniz Junqueira.
De acordo com Junqueira, o agro precisa de um plano, discutido entre o setor e o governo, que contemple desafios e oportunidades de curto, médio e longo prazo.
– Os riscos do negócio são altos demais para que o segmento ainda conviva com insegurança jurídica, ineficiência na infraestrutura logística, problemas relacionados à defesa sanitária, bem como complexidade tributária. A oposição deve ser propositiva e o governo deve, de fato, estar aberto ao diálogo.
Na avaliação do presidente da Rural, no âmbito político, será muito importante ver como o Ministério da Agricultura será tratado pelo governo.
– As trocas constantes de ministros são extremamente prejudiciais, e não podem mais se repetir.
Entre as prioridades para o agro, Junqueira destaca duas: o setor quer saber qual será o posicionamento do governo acerca do papel do etanol na matriz energética e como o Planalto atuará ante o cenário de queda dos preços das commodities agrícolas em 2015.
– O segmento pode deixar de ser um provedor de recursos para possivelmente demandá-los.
ABPA afirma que Dilma precisa fazer acordos bilaterais para agronegócio crescer
A presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato precisará aproximar o Brasil do comércio internacional se quiser estimular o crescimento do agronegócio, disse o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Ele destacou que hoje o país possui acordos internacionais com países que representam apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
– Se pudesse fazer apenas um pedido ao novo governo eu diria que o Brasil não pode continuar isolado – disse o executivo.
Para Turra, diante do atraso para conclusão de um acordo entre Mercosul e União Europeia, o governo federal deveria avançar em parcerias bilaterais. Segundo ele, acordos diretos com outros mercados possibilitariam ao Brasil aumentar as suas exportações.
A ABPA diz esperar que o governo Dilma Rousseff atente para a necessidade de aumentar a competitividade do setor no cenário internacional.
– O discurso (de Dilma) chamou particular atenção ao diálogo, em virtude até do próprio resultado das eleições. Isso é algo que realmente precisa ser aprofundado com todos os setores – afirmou.
OCB espera reconhecimento do cooperativismo no 2º mandato
A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) espera que no segundo governo da presidente Dilma Rousseff seja reconhecida a importância econômica e social do cooperativismo e formulada uma política agropecuária plurianual, conforme o superintendente da entidade, Renato Nobile.
– O primeiro pilar é a necessidade e importância do reconhecimento do modelo das cooperativas para o desenvolvimento do país – salientou Nobile.
Outras demandas são a simplificação da carga tributária, a modernização da lei geral das cooperativas, que é de 1971, o incremento do acesso de cooperativas a linhas de financiamento público, mais segurança jurídica e regulatória e evolução da infraestrutura e logística do país.