Os ervais estão espalhados por quase todos os lados, a caminho de uma das paisagens mais bonitas da cidade. A Cascata do Chuveirão, localizada no Arroio Castelhano, no interior do município, tem 20 metros de queda, ar puro e muita beleza. Os traços rústicos e naturais da cascata, inclusive, serviram de cenário para o filme nacional, A Paixão de Jacobina, dirigido por Fábio Barreto.
– Sempre foi um lugar muito visitado, mas depois daquele filme, aumentou cada vez mais e, além das visitas de turistas de todo o Rio Grande do Sul, temos até da Alemanha e Rio de Janeiro. Aqui é possível acampar e fazer churrasco – explica o proprietário Irio Erli Posselt.
A mata natural de quatro hectares divide espaço com cabanas rústicas e churrasqueiras, que podem ser usadas pelos visitantes. O Museu da Família Rural, localizado na Chácara das Flores, faz parte do roteiro da cidade. Seu acervo conta a história dos primeiros colonizadores alemães na cidade ao longo de 100 anos de trabalho na lavoura. O visitante também pode colher frutas da época, passear pela trilha dos bambus e conhecer os mais variados tipos de ervas para a saúde. A culinária local também é uma das atrações. Polenta, massas, lasanha e carnes. A comida é simples, caseira, mas muito saborosa.
Um dos pontos mais antigos da rota é a Escola do Chimarrão, um lugar onde se aprende os benefícios que a bebida traz a saúde e também as 36 maneiras de se prepará-la. O projeto surgiu em 1998, e acabou ganhando notoriedade nacional. Atualmente, turistas do Brasil e do mundo visitam a escola para conhecer o processo de fabricação da erva mate e também aprender as técnicas de preparo.
– O primeiro mandamento do chimarrão é “não peças açúcar no mate”, a pessoa aprende desde pequena o que e o porquê que o chimarrão se chama também mate amargo. Então, se diz que o gaúcho merece ouvir todos os pedidos, mas menos esse, porque o que importa, o melhor de tudo, é o sabor amargo que é o original do chimarrão – conta a secretaria da Escola, Rejane Rüdiger Pastore.
Para os gaúchos, dizer que o chimarrão é anti higiênico é uma ofensa.
– Este é um hábito cultural dos gaúchos que existe há mais de 500 anos. É um legado dos índios garanis e não se tem conhecimento que alguma pessoa tenha pegado alguma doença porque tomou o chimarrão na mesma bomba que outros. Em uma roda de mate não há distinção de raça, credo religioso, função, cargo, ENFIM, todas as pessoas são iguais.
Se as pessoas são iguais, o chimarrão de cada uma pode ser diferente. Chimarrão primavera, formigueiro, onde a água entra por um furo no topo, o da ponte, pode se servir água pelos dois lados, o gaúcho macho. Mas antes de se aventurar, melhor conhecer o modo tradicional.Para preparar, primeiro use duas colheres de sopa de erva, coloque água até a curva da cuia, depois mais erva até em cima. Com a bomba, vá moldando a erva para um dos lados da cuia. Empurre a bomba para a base da cuia suavemente e preste atenção na temperatura da água.
– Quando ela começou a chiar, já está em torno de 56°C A 60°C, então tem que deixar chiar um pouco e, está na temperatura certa – explica Pastore.
O fundamental para um bom mate é obedecer um outro mandamento, “não mexer na bomba”. Se por acaso o seu chimarrão entupir, preste atenção.
– Deve se pegar pelo anel da bomba, puxar levemente pra cima dar um gole e soltar a bomba naturalmente, novamente – conta Pastore.