Escolas rurais dão lições de criatividade e eficiência no Rio Grande do Sul

Escolas fora das áreas urbanas obtiveram maiores índices de aprovação no EstadoLonge dos centros urbanos é que se concentraram os maiores índices de aprovação do Rio Grande do Sulno Ensino Fundamental. No ano passado, nenhuma dos 496 cidades gaúchas tirou nota 10 no quesito aprovação total dos alunos nas áreas urbanas. O índice chega a 100% somente em 24 municípios do Estado quando se olha para as escolas rurais.

Em comum entre os municípios destacados no levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, está o pequeno ou médio porte dos locais, foco em disciplinas diferenciadas e maior participação das comunidades.

– A grande diferença entre as escolas urbanas e rurais está no entorno. Tendo maior tranquilidade, a tendência é que se consiga exercer o trabalho de uma forma mais efetiva – avalia a doutora em Educação e professora da faculdade de Educação da PUC Helena Sporleder Côrtes.

Sem os obstáculos que o ensino enfrenta nas áreas urbanas, como número excessivo de alunos, professores sobrecarregados e problemas externos que adentram o portão das instituições, as escolas rurais têm vantagens. 

Os professores, mesmo atendendo a alunos de séries diferentes em uma mesma sala de aula, dedicam-se ao ensino, não se preocupam tanto com problemas de segurança ou questões como drogas. Os pais se envolvem mais na educação dos filhos, têm mais tempo para estarem presentes na escola e colaboram com as atividades.

– Há um acompanhamento maior dos pais numa tentativa de qualificar muito mais a geração seguinte do que a sua – amplia Helena.

A aprovação máxima, recorde em muitos municípios, também é justificada pelos secretários de Educação municipais pela pequena quantidade de alunos, o que garante uma atenção maior do professor.

Mas o Interior quer ainda mais qualidade: investe em aulas no turno inverso, atividades de dança e esporte, cooperativas escolares e viagens para envolver ainda mais os alunos, garantindo a continuidade dos bons índices de aproveitamento já conquistados.

*Colaborou Marielise Ferreira