O IBGE avaliou que os baixos preços desestimularam os produtores, além das condições climáticas desfavoráveis. Embora cultivado em todo o País, 72,4% da produção de feijão é concentrada no Paraná, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Goiás e Santa Catarina.
Em entrevista ao Mercado e Companhia, nesta sexta-feira, dia 18, a analista do mercado de feijão Sandra Hetzel esclareceu que o produtor sofreu prejuízos em safras anteriores e não deve ser responsabilizado pela alta nos preços do produto.
? O produtor pode estar levando a culpa e sendo o vilão da inflação do feijão, que o consumidor paga caro. Isso tem de ficar claro.
Sandra disse que acredita em certa recuperação da área plantada com feijão para a próxima safra. Um dos fatores de estímulo para os produtores pode ser o novo preço mínimo estabelecido pelo governo no lançamento do Plano Safra (em torno de R$ 80 reais a saca). Especialmente entre os produtores da agricultura familiar.
Mas ela ressalta que, apesar da expectativa de um mercado mais equilibrado, o consumidor não vai pagar mais barato pelo feijão.
? Vai ter um equilíbrio melhor. O produtor ainda vai ter um preço satisfatório. Não vamos ter feijão barato porque os custos aumentaram muito. O consumidor tem de se conformar porque não vai mais comer feijão a R$ 2 o quilo.
De acordo com a especialista, depois de certa estabilidade nos negócios na semana passada, o mercado de feijão carioca recuperou o ritmo nesta semana, em função das expectativas de ampliação do consumo a partir de agosto. Sandra Hetzel. No caso do feijão preto, o cenário é de acomodação, já que, nos últimos meses, houve importação do produto de países como a China.