Consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, faz uma avaliação dos primeiros meses da safra brasileira; estiagem de outubro pode contribuir para maiores produtividades
Em entrevista ao programa Mercado & Companhia, o especialista do Soja Brasil, Áureo Lantmann, reforçou a tendência de safra recorde no país. Apesar da expectativa antes da semeadura de produção na ordem dos 96 milhões de toneladas, hoje a expectativa é um pouco menor. A consultoria Safras & Mercado prevê produção em 95,2 milhões de t, o que seria uma safra jamais vista no Brasil.
– Se olharmos, há possibilidade de ter mais de 50 sacas por hectare, não há dúvida. O que precisa é de um comprometimento maior para adaptar tecnologias para cada região do país, o que não tem acontecido – afirma.
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O consultor técnico afirma que, apesar da estiagem de outubro que atrasou o plantio principalmente em Mato Grosso, Bahia e Paraná, isso não deve determinar no rendimento, pelo contrário, pode até ajudar no resultado final da lavoura.
– A safra começou uma perspectiva de 96 milhões de toneladas. Depois, houve atraso na semeadura no Mato Grosso, Bahia e um pouco no Paraná. Há situações em que o atraso dá mais produtividade, é para se observar. Podemos ter mais rendimentos, mas, por outro lado, pode existir maior pressão da ferrugem asiática e de percevejos, doenças mais para o final de ciclo – explica.
Lantmann recorda que o início do ano é o período mais importante na questão hídrica. É no período reprodutivo que não pode faltar água nas plantas de soja. Porém, a tendência é que haja chuva nas principais regiões produtoras. Outro ponto em que ele pede atenção é na cobertura do solo, pois essa técnica é fundamental para manter a umidade na lavoura.
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O consultor técnico acredita que a safra corre bem, e destaca que o produtor soube lidar melhor com um dos principais problemas do ciclo passado: a lagarta Helicoverpa armigera.
– Ao que tudo indica, apesar da seca, a safra está correndo normal. Em 2013, havia preocupação com a helicoverpa, hoje não. Há uma série de fatores que não permite dizer o tamanho da safra, mas a tendência é ser melhor, sim – comenta Áureo Lantmann.
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