? O câmbio, com as medidas que o governo vem tomando, provavelmente vai continuar essa mesma direção. Ele tem mostrado um empenho forte nesse sentido. Para que a gente tenha melhora passa também mais uma vez por essa questão das taxas de juros. A gente sabe que a taxa de juros relativamente alta no Brasil atrai capitais especulativos, e isso valoriza a nossa moeda. Então, mais uma vez rebate na questão das contas públicas. As contas públicas não são o vilão de toda a história, mas de qualquer maneira é um ponto crucial para a economia brasileira a questão da folga fiscal ? diz Souza.
Segundo economistas que também atuam na área política, tanto governo quanto oposição não esperam mudanças na política econômica. Para o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), é preciso, acima de tudo, cautela.
? A expectativa para o ano que vem é que não mudem os fundamentos da economia. O Brasil passou a viver um ciclo virtuoso com o plano Real, com a lei da responsabilidade fiscal, reforma do sistema bancário, enfim, negociação de divida dos agricultores, uma política agrícola melhor. O Brasil se torna um grande produtor, um produtor mundial de peso. Portanto, eu acho que os fundamentos econômicos não devem mudar. No entanto, eu acho que ajustes devem ser feitos. A candidata vitoriosa já disse que gostaria que o Brasil tivesse um taxa de juros menor. Como ela vai fazer eu não sei. Eu imagino que qualquer movimento que vai ser feito será feito com muita racionalidade e prudência para que se possa assegurar o fundamental ? avalia Aníbal.
Carlos Zarattini, do Partido dos Trabalhadores, afirma que se houver alguma mudança, ela deve ocorrer de forma gradual.
? Realmente nós temos um problema cambial no Brasil que é a valorização do Real. Essa valorização cria problemas para a exportação e para a indústria. È necessária uma política de ajuste do câmbio. Nós preferimos fazer essa política de ajuste de forma paulatina, principalmente garantindo e até ampliando o superávit primário e com isso reduzindo o endividamento brasileiro e consequentemente a taxa de juros. Reduzindo a tava de juros nós vamos consequentemente diminuir a entrada de capital externo no Brasil. Temos também que adotar medidas que impeçam imediatamente a entrada de capital especulativo ? defende Zarattini.