O seminário começou com tom otimista. Era consenso entre os palestrantes de que 2010 vai ser um ano de crescimento para o Brasil. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que esteve na abertura do evento, relembrou as medidas tomadas pelo governo brasileiro durante a crise. Ele disse que, graças à ação rápida, o Brasil pode ser considerado um caso de sucesso para lidar com turbulências. Mas, ao falar do futuro da economia do país, Meirelles fez um alerta.
? Os problemas sempre aparecem na expansão, mas só se revelam na retração. Por isso é importante continuar a construir esse sistema sólido e estar preparado.
Para os palestrantes, o que está garantindo o crescimento da economia brasileira é o crédito, que tem crescido em média 23% ao ano nos últimos oito anos. A Febraban prevê que no ano que vem, o crescimento chegue a 20%.
O grande desafio do Brasil, segundo os especialistas, será manter esse crescimento por um longo prazo. Para representantes da indústria e do agronegócio, para que isso ocorra, vai ser fundamental que o governo reveja duas questões: a taxa de juros e o câmbio.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, lembrou que apesar de estar se recuperando, o PIB do setor industrial vai fechar com queda de 4% este ano. Para Monteiro, o governo tem tarefas importantes para 2010 e a principal é rever a política cambial.
O câmbio também é a grande preocupação da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). Para a presidente da entidade, senadora Kátia Abreu, para reverter a valorização do real, o governo precisa conter os gastos públicos.