Ele afirma que tenta aumentar a base genética de germoplasma ao longo dos últimos 30 anos e pretende é melhorar a qualidade no campo, utilizando justamente esta coleção de germoplasma. Conforme Nelson, cinco linhagens ancestrais de soja vêm sendo utilizadas para aumentar a produção e a qualidade no que diz respeito a doenças.
O especialista apresentou alguns resultados dos estudos realizados na University of Illinois (EUA). Pioneiros nestas pesquisas, os norte-americanos desenvolveram nos últimos 15 anos, 22 germoplasmas de soja. Atualmente, 40 projetos estão em andamento. Destes, 90% usam genes exóticos ou adaptados. De acordo com o estudioso, o aumento da produtividade das plantas é uma das conquistas..
– O desafio maior é colocar estas linhagens no mercado comercial. Nos EUA, boa parte das variedades é desenvolvida por empresas privadas. A intenção principal é fazer parcerias com estas empresas, porque acreditamos que o material que temos vai ser muito favorável e pode ser aproveitado por estas companhias. Juntos, poderemos aumentar a taxa de produção dos EUA – afirma.
O leque de benefícios que podem ser gerados com este tipo de pesquisa é amplo e, segundo os especialistas, vai além do incremento de produtividade. Um exemplo é o estudo direcionado ao desenvolvimento de materiais com resistência ao ataque de algumas pragas e doenças, que pode ser uma peça-chave para o melhor desempenho em safras futuras. Membro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e também pesquisador da universidade, Glen Hartman falou sobre a tentativa de encontrar na alteração da base genética da soja a solução para problemas como a ferrugem asiática.
Ele acredita que em dois ou três anos, cultivares imunes a esta doença estejam disponíveis para os agricultores americanos. O objetivo é desenvolver mais variedades que resistam ao ataque do pulgão, praga ainda desconhecida nas plantações de soja no Brasil, mas que comprometem as lavouras norte-americanas.
– A ferrugem da soja, por exemplo, uma das doenças mais conhecidas, matéria de pesquisa, foi descoberta aqui no Brasil quatro anos antes dos EUA. Então, a possibilidade de esta doença que eles têm lá aparecer aqui também é grande. A cultura se adapta ao clima. Resultados que obtiverem nos Estados Unidos certamente poderão ser adotados aqui, caso a doença chegue – diz.
O pesquisador da Embrapa Soja Marcelo Fernandes de Oliveira lembra que o Brasil também realiza estudos com o germoplasma da soja e ressalta que a ampliação da base genética do grão pode oferecer vantagens ao homem do campo.
– Você pode trazer novos genes que estão relacionados à resistência a doenças e pragas. Quando aumenta a base genética de uma cultura, aumentam as chances de encontrar novos genes – pontua.