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Especialistas apontam El Niño mais fraco que o esperado

Método de medição de órgão norte-americano foi contestado, e as próximas previsões podem mostrar efeitos menos intensos que os já divulgados

Manaíra Lacerda | Campo Grande (MS)

O Brasil perde cerca de R$ 5 bilhões por ano por causa dos efeitos climáticos, segundo a Embrapa. Uma análise feita nos últimos 15 anos apontou que a temperatura está aumentando, o que provoca deficiência hídrica do solo e veranicos cada vez mais frequentes. Nesta safra, o produtor também está alerta com o El Niño, que costuma trazer chuvas acima da média na região Sul e forte seca no Nordeste do país.

– Esse El Niño parece intenso, mas ele parece diferente dos fenômenos anteriores, então temos que aguardar mais tempo para ver – comenta o professor de climatologia da Universidade Federal de Viçosa (MG) Marcos Costa.

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Porém, especialistas brasileiros acreditam que o El Niño deste ano não será tão forte como o esperado. O motivo é que um dos departamentos que estudam o fenômeno climático nos Estados Unidos, o Noaa (National Oceanic and Atmospheric Administration), mudou a sua medição e é contestado pela comunidade cientifica.

– Na primeira análise que o Noaa fez sobre o El Niño, eles deram uma temperatura de 2,5 graus acima do normal no mês de agosto. Isto é muito alto, então eles estão revisando a forma de medir porque eles estão achando que tem um probleminha nesta forma. Provavelmente não será tão alto como está se falando – explica o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Eduardo Assad.

Em alerta

Para os produtores, a situação ainda é de alerta. Algumas entidades orientam os agricultores diante das incertezas do clima. Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Paraná (Aprosoja-PR), José Sismeiro, o produtor do estado é orientado a manter a palhada pelo maior tempo possível, para proteger o solo de um possível excesso de chuvas.

– Ano de El Niño é um ano que a gente não sofre com veranicos, a gente não tem esse estresse pela seca, quando tem previsão de El Niño é muito boa para nós. Aí o produtor tem que se precaver da ferrugem, fazer as aplicações preventivamente, nunca usar o mesmo princípio ativo mais de uma vez, fazer rotação de produto – afirma Sismeiro.

Para o Centro-Oeste, a previsão é mais incerta, e a possibilidade de seca é maior. A recomendação dos especialistas para a região é aguardar que as chuvas se estabilizem para iniciar o plantio. O presidente da Aprosoja Goiás, Bartolomeu Braz, já está ciente que a janela ideal de cultivo vai atrasar.

– Deve atrasar um pouco o plantio porque devemos entrar em novembro e até dezembro em algumas regiões porque o clima é um pouco diferente – comenta Braz.

Veja a reportagem:

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