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Especialistas avaliam papel da pesquisa agropecuária na redução da pobreza

Agricultura responde por 50% dos salários mais baixos no BrasilAs inovações metodológicas para avaliar o papel da pesquisa agropecuária na redução da pobreza foram o foco dos debates em evento com a participação de diretores e pesquisadores da Embrapa e especialistas internacionais nesta semana.

A sessão sobre redução da pobreza foi coordenada pelo diretor executivo da Embrapa Geraldo Eugênio e contou com as apresentações de PK Joshi, do National Centre for Agricultural Economics and Policy Research (NCAP), da Índia, e Joaquim Bento Ferreira Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. Greg Traxler, da Fundação Bill & Melinda Gates, participou como debatedor da sessão.

Ferreira Filho, que falou sobre a mudança tecnológica na agricultura e na redução da pobreza, lembrou que a distribuição da riqueza no Brasil ainda é uma das mais desiguais do mundo.

? Aqui, as famílias mais ricas representam apenas 5,2% da população e concentram cerca de 30% da renda, enquanto que as famílias mais pobres são 15% da sociedade e detêm apenas 2% da renda ? explicou ele, ressaltando que essa pobreza se concentra nas regiões Nordeste e Norte do país, ao passo que o Sudeste apresenta os índices mais baixos.

Ele disse ainda que a agricultura responde por 50% dos salários mais baixos no Brasil, o que significa que essa atividade é muito importante para as famílias pobres. Por isso, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, a introdução de mudanças tecnológicas nesse segmento pode aumentar a pobreza ao diminuir a necessidade de mão-de-obra no campo.

? O que se verifica nesse caso é uma transferência da pobreza dos Estados mais ricos para os mais pobres à medida que as mudanças tecnológicas são implantadas nesses primeiros ? disse. 

Índia

Em sua palestra, Joshi falou sobre a pobreza na Índia e alguns métodos utilizados para incluir os pequenos agricultores do país no mercado. No país, 230 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. De acordo com ele, as pequenas propriedades indianas têm em média 1,3 hectares, valor considerado extremamente baixo.

? Desse total, 60% têm menos de um hectare e operam em um nível de subsistência básica ? disse.

Joshi explicou que em contextos como esse, a primeira necessidade desses pequenos produtores é aumentar a margem de retorno e obtê-lo de forma rápida e regular.

? Num contexto de produção familiar, os pequenos agricultores dispõem de um poder de aquisição muito baixo. Por isso, eles precisam aprender a usar melhor os recursos que são dados a eles ? afirmou o representante da NCAP, destacando a importância de políticas voltadas para uma reforma territorial e para a integração dos pequenos produtores com o mercado.

Semelhanças

Ao comentar as apresentações, o debatedor Greg Traxler, da Fundação Bill & Melinda Gates, destacou as diferenças e semelhanças entre Brasil e Índia.

? São dois países grandes que ironicamente deixaram as suas regiões Nordeste para trás ? afirmou.

Traxler ressaltou que o setor privado dispõe de mecanismos naturais para induzir a inovação e que esses mecanismos podem ser adaptados à realidade do setor público.

? É preciso conhecer de fato a realidade e as necessidades do cliente, no caso o pequeno agricultor, e isso exige pesquisa ? assinalou.

O Workshop Internacional sobre Inovações Tecnológicas na Avaliação do Impacto da Pesquisa Agropecuária é promovido pela Embrapa, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Consultative Group on International Agricultural Research, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

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