Dirceu Gassen abordou o problema de insetos/pragas nas lavouras. Para ele, é necessário pensar como uma planta e como uma praga para entender a lógica da doença e assim evitá-la. Mas isso não pode ser feito se não há pesquisa sobre isso.
O grande problema, segundo Gassen, é que hoje não há pessoas no Brasil pesquisando sobre populações de lagartas ou de percevejos. E sem isso não há como saber se as populações são as mesmas em regiões diferentes e se para controlá-las usam-se os mesmos métodos.
– Não temos pessoas nem sequer para identificar novas lagartas – diz Gassen ao citar o problema da lagarta Helicoverpa armigera, nova espécie que está causando grandes prejuízos nas lavouras de soja e algodão da Bahia.
Em sua explanação, Ricardo Balardin mostrou o cenário da ferrugem asiática em 2012 e as condições ambientes favoráveis para a incidência da doença. Ele pontuou os erros cometidos no controle da praga, como os atrasos nas aplicações de fungicida, e frisou que é necessário haver uma melhor qualificação dos técnicos que trabalham com produção de grãos e controle de pragas.
– Nós estamos com um grau de amadorismo na tomada de decisões muito grande. E não estou chamando atenção dos produtores, estou chamando a atenção de meus colegas técnicos. Temos que elevar o nível das tomadas de decisões. Senão vai ficar tudo no “chutômetro” e no “achômetro”. Os fungicidas entregam apenas o que podem. Se manejados de maneira correta irão controlar as doenças – comentou Balardin.
O agrônomo pontuou ainda as diferenças na incidência das pragas de uma variedade de cultivar para outra. Segundo ele, o ambiente e a sensibilidade varietal influenciam na performance dos fungicidas.
Plantas daninhas
Já para o controle de plantas daninhas como buva e azevém, o agrônomo Mario Bianchi destacou que é necessário fazer o controle como um todo e não apenas de parte do problema.
– Eu não vejo o controle das plantas daninhas se não olharmos para o todo. O importante é olhar para o sistema de cada um e olhar as oportunidades para controlá-las.
Segundo Bianchi, todo herbicida é eficaz em planta daninha pequena, mas sua eficácia diminui conforme a planta aumenta. Se a planta for grande, é necessário fazer um manejo diferenciado para o controle.
– A meta é controlar as plantas daninhas pequenas. Para as plantas grandes, é necessário fazer a aplicação sequencial de herbicidas – alertou Bianchi, para quem, ainda, é importante fazer a dessecação e semear no limpo.
– Vale a pena fazer uma boa dessecação – afirmou o agrônomo.
O 28º Seminário Cooplantio segue até esta quarta, dia 5. Acompanhe a programação completa.