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Especialistas defendem formação de estoques públicos para combater alta nos preços de alimentos

Política do governo para conter inflação foi criticada em evento realizado pela ConabA escalada dos preços dos alimentos tem deixado consumidores, especialistas e o governo em alerta. Para discutir o assunto, representantes do setor se reuniram nesta terça, dia 5, na sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Brasília. No primeiro dia do encontro, que se estende até esta quarta, dia 6, criticaram a política econômica do governo de conter a inflação e defenderam a formação de estoques públicos.

A dona de casa Lúcia Espíndola faz o que pode para não extrapolar o orçamento doméstico. Diariamente ela vai ao supermercado em busca de promoções. Quando a carne bovina está cara, a consumidora opta por um produto mais barato.

? Um dia eu compro peixe, às vezes compro galinha ou carne moída ? conta Lúcia.

A alta no preço dos alimentos tem sido atribuída à valorização das commodities. Quando o preço dos produtos exportados sobe, automaticamente no Brasil os alimentos ficam mais caros nos supermercados. Especialistas alertam que, para o consumidor brasileiro não ser mais prejudicado, o governo precisa investir na formação de estoques de produtos como arroz, feijão e milho.

Segundo especialistas que participam do evento na Conab, nos armazéns da companhia os estoques de milho e feijão acabaram. Armazenado, por enquanto, só arroz. O presidente da Conab, Wagner Rossi, garante que aos poucos os estoques serão repostos.

? O governo está trabalhando numa política de estoques, mas é claro que nós vamos atuar pontualmente em casos de aumento especulativo ? afirmou.
 
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos alimentos subiram menos neste começo de mês. O reajuste na etiqueta das carnes bovinas, por exemplo, que antes era de 7,23%, ficou em 3,33%.

Doutor em Economia pela Unicamp, Guilherme Delgado afirma que o cenário ainda não é favorável. Ele acredita que a política de aumento dos juros não consegue barrar as influências externas.

? Há tendências externas e internas que, se não corrigidas por políticas econômicas, por um novo arranjo de comércio exterior, podem gerar tensões inflacionárias ? explicou.

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