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Especialistas divergem sobre os impactos da suspensão das exportações do trigo pela Argentina

Decisão do governo argentino deve vigorar até o início da colheita da safra 2013/2014Os preços do trigo brasileiro seguem em alta. A decisão do governo argentino em travar as exportações do país pode trazer reflexos para o Brasil, garantem alguns especialistas. Produtos derivados, como o pão, macarrão e biscoitos, por exemplo, deverão ficar mais caros.

A decisão deve vigorar até o início da colheita da safra 2013/2014, que começa no fim do ano. A medida reflete a escassez do produto no país, que deve ter a safra reduzida de 14 milhões de toneladas, no ano passado, para 9,5 milhões de toneladas, este ano. O país vizinho já teria cancelado contratos negociados e estariam reduzindo a área de plantio.

Segundo a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Renata Maggian Moda, o brasileiro deve começar a sentir os efeitos da suspensão das exportações do trigo pela Argentina.

– A situação do trigo no Brasil, hoje, é difícil, pois tem pouquíssimo trigo no mercado. Os meios estão com dificuldade de encontrar trigo e sem a Argentina, o mercado vai sentir os reflexos. As farinhas e os derivados sobem na medida e passam para o elo da cadeia: macarrão, biscoitos, entre outros – disse.

O Brasil produz apenas 52% do trigo para o mercado interno. A Argentina era o principal fornecedor do grão. Uruguai e Paraguai não têm condições de suprir a demanda nacional. A saída, de acordo com a pesquisadora, é o trigo vir do hemisfério norte.

Até o final do mês de julho, a taxa de importação será exonerada pelo governo, o que coincide com o início da nossa safra. Porém, o país não está livre de importar mais trigo, além do que já está entrando dos Estados Unidos. Os preços devem continuar bons no decorrer da safra, já que a oferta é menor que os estoques.

– Os preços vão continuar elevados em comparação aos outros anos. Com a entrada da safra brasileira em meados de agosto, setembro e outubro, no pico de safra, pode sofrer algum recuo por causa da oferta no mercado. Mas não deve ser grande justamente por causa dessa situação. Deve permanecer em patamares mais elevados se a gente comparar a outros anos – salienta a pesquisadora.

Para o economista e presidente do Moinho Pacífico São Paulo, Lawrence Pih, a restrição de exportação da Argentina não deve ter grande impacto no Brasil. Segundo ele, a safra brasileira já começa a ser colhida em agosto e deve ser volumosa, bem maior do que em 2012.

– O Paraguai colhe na mesma época que o Paraná. A partir de agosto e setembro, nós vamos ter bastante trigo no mercado interno, não deve ter aperto. Algumas empresas não foram cautelosas de se abastecer e ficaram esperando, porque o governo autorizou 2 milhões de toneladas americanas sem imposto algum. Foi falta de planejamento do setor moageiro, que agora protela a isenção da tarifa regular comum. Isso vai prejudicar o produtor – destaca.

O analista de mercado Tarcisio Minetto, diz que a situação está complicada e não deve melhorar tão cedo. Para ele, o trigo já está em falta.

– Nós temos um problema de escassez de produto internamente e no mercado internacional também. Os preços e as cotações do trigo no mercado internacional estão elevados. Quem colhe primeiro no Brasil é o Estado do Paraná. Poderá ter um benefício melhor por parte do produtor porque vai vender primeiro por R$ 600,00 na nova safra. O Rio Grande do Sul está sinalizando para R$ 580,00 a tonelada entregue em outubro. Ou seja, é o primeiro trigo que entra, somando a oferta do Paraná e do Paraguai, juntas dá 3,5 milhões de toneladas, que vai impactar já no segundo semestre. Nós, do Rio Grande do Sul, que colhemos depois, corremos o risco de não sermos beneficiados com o preço nesse patamar ofertados no mercado – conclui.

 

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