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Especialistas divergem sobre a variação do dólar

Desde o começo do ano, a moeda americana já subiu 15%A moeda americana tem se mostrado bem valorizada no Brasil nas últimas semanas. Desde o começo do ano o dólar já subiu 15%. O economista Felipe Salto, diz que isso significa falta de equilíbrio na taxa cambial.

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– Isso é muito ruim para o comércio exterior e para o crescimento econômico. O que se espera de um regime de câmbio flutuante é que produza uma taxa de câmbio minimamente previsível. Não importa se ela é muito alta ou muito baixa, porque é muito difícil para as autoridades fixarem objetivos do ponto de vista cambial, principalmente, quando o objetivo central no nosso caso, é manter o câmbio preservado das grandes variações. É justamente o que vem acontecendo hoje. O cambio subiu muito rapidamente e o Banco Central interveio corretamente no mercado futuro, mas há uma elevada incerteza sobre o cambio nos próximos meses e também no próximo ano – destaca Salto.
 
O real está em segundo lugar entre as moedas que mais se desvalorizaram no mundo em 2013. O Banco Central fez uma série de operações diárias no mercado de câmbio e até o final do ano, por meio de leilões de swap cambial tradicional e de leilões de linha, com venda de dólares com compromisso de recompra, para acalmar o mercado e não permitir muita variação.
 
 – Não existe uma taxa ideal do câmbio, pois no regime de câmbio flutuante, onde o objetivo é manter a inflação controlada, não buscar meta pra taxa de câmbio, ele tem que ser resultado de uma política monetária, resultado das questões macroeconômicas do país. Ele vai ser mais alto ou mais baixo, mais desvalorizado ou mais valorizado, a depender dessas outras condições, de manter nossa inflação controlada, do ajuste fiscal que o governo se compromete, enfim, do equilíbrio macroeconômico. O câmbio não deve ser buscado como um objetivo em si, porque acaba acontecendo justamente o contrário, o governo tem que gastar muito dinheiro, muitas reservas ou muito com fiscal, emitir títulos públicos para acumular reservas, o que a gente fez nos últimos anos, pra buscar esse objetivo no câmbio, produzindo o efeito desejado. Qualquer instabilidade ou movimento mais brusco na taxa de câmbio foge do controle – salienta o economista. 
 
Segundo o engenheiro agrônomo, José Carlos Hausknecht, a alta do dólar tem um impacto significativo sobre os preços agrícolas. Ele afirma que, para o produtor rural, essa alta traz grandes benefícios, principalmente, por causa da exportação.
 
– De maneira geral, quando o câmbio sobe, favorece a agricultura de uma maneira geral. Os preços agrícolas acompanham os preços internacionais. Então, com o câmbio mais favorável, levam os preços mais produtivos para o produtor – diz Hausknecht.
 
Com o dólar mais alto, os insumos acabam sendo um peso para o produtor rural. Isso porque eles são vendidos em dólar, ou seja, quanto maior a moeda americana, maior é o preço. O engenheiro agrônomo acredita que, mesmo assim, o produtor acaba em vantagem e não perde tanto quanto imagina.
 
– Grandes atrelados ao dólar. os defensivos são apenas parte dos custos. a receita é mais ligada ao campo. Quando sobe, a margem do produtor fica melhor. Se olhar o ponto de vista do produtor, quanto mais alto, melhor – disse.
 
Já para o diretor da Associação nacional dos exportadores de cereais (Anec), Sérgio Mendes, mesmo que o produtor ganhe bastante com o dólar subindo, o ideal é que ele ganhe uma estabilidade para que todo o mercado ganhe com a moeda americana.
 
– Eu sei que quanto mais se aumentar o dólar, melhor para o produtor. Para o agronegócio, eu acho que o ideal seria uma estabilização do preço em dólar e se você tiver aumento no preço, tudo bem. Mas o dólar seria interessante se ficasse estável – conclui.

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