Com essa nova porcentagem, no entanto, o consumo do biocombustível no Brasil deve crescer cerca de 170 milhões de litros, e o setor sucroenergético tem capacidade para suprir a demanda.
– A alta foi muito bem-vinda em uma hora em que a safra [de cana-de-açúcar] está crescendo. Dependemos de alguns fatores da estabilização dos preços de açúcar, do câmbio, tudo isso muda. A quantidade de cana ainda depende de chuva – pontua o diretor da Bioagência, Tarsilo Rodrigues.
Já o economista Adriano Pires, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), alerta que as medidas lançadas pelo governo foram tomadas apenas para ajudar a Petrobras.
– As medidas não são para favorecer o setor do etanol, ele está pegando uma carona. Isso não significa uma mudança nas política de combustível. A gente imagina que outro aumento ocorra só depois das eleições de 2014. O próprio aumento da mistura, de 20% pra 25%, também visa melhorar o caixa da Petrobras, porque o aumento acaba reduzindo as importações de gasolina, que hoje estão penalizando muito a empresa – destaca Pires.
O diretor da Archer Consulting, Arnaldo Corrêa, define os reajustes como positivos para o setor do etanol, mas os considera insuficientes para alavancar o segmento.
– O aumento, em minha opinião, é pífio, porque a defasagem que existe entre o mercado internacional e o Brasil é em torno de 15%, 16%, quer dizer, 6% ainda esta longe de trazer algum incentivo. Quando você não tem mercados que são transparentes, que é o caso do etanol, que é tabelado pelo governo em função do preço da gasolina, você afugenta o investidor, então o setor não cresce. A gente estima uma safra de 180 milhões de toneladas de cana processada. O aumento é muito pequeno.