Especialistas de 24 países debaterão custos pecuários na sede da CNA

Participantes da Agri Benchmark Beef, rede de comparação internacional de custos da produção de carne, se reunirão de 21 a 26 de junhoEspecialistas em produção pecuária de instituições de pesquisa de 24 países que participam da Agri Benchmark Beef, a rede de comparação internacional de custo de produção na pecuária, se reunirão este ano na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), de 21 a 26 de junho, para confrontar e validar os índices zootécnicos e econômicos da pecuária em seus países.

Todos os anos, os participantes realizam uma conferência para avaliar os resultados coletados em seus países e elaborar a publicação anual da rede. Pela primeira vez, o evento será realizado fora da Alemanha, reunindo representantes de países que representam mais de 80% da produção mundial de carne.

Os custos de produção e a rentabilidade da pecuária brasileira serão discutidos em âmbito internacional pelo terceiro ano consecutivo. Desde 2003, a CNA e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP) mantêm um programa de acompanhamento de custos de produção da pecuária de corte nacional.

A importância dos dados e a representatividade da pesquisa permitem que CNA e Cepea representem a pecuária brasileira na Agri Benchmark Beef, coordenada pelo Instituto Federal de Pesquisa para Áreas Rurais (vTI), um dos mais importantes institutos de pesquisa agropecuária alemão. Criada em 1997, a rede conta hoje com a participação de mais de 20 países interessados em discutir a produção de carne bovina globalmente.

No último ano, o Brasil foi representado por quatro fazendas, sendo duas de Mato Grosso do Sul e duas de Mato Grosso. Para 2008, a previsão é ampliar a amostra representativa para outros Estados e incluir dados de confinamento. Entre as principais comparações realizadas, o Brasil se destaca como país com o maior potencial de sustentabilidade econômica na produção pecuária.

Uma rápida comparação do Brasil com alguns países da Europa, por exemplo, mostra que os pecuaristas das fazendas representativas desse bloco, mesmo com os subsídios obtidos com a produção pecuária e a proteção comercial, não conseguem cobrir os custos de produção. Em muitos casos, o retorno obtido na União Européia com a venda de 100 quilos de carcaça não chega a cobrir o custo de desembolso.

Os resultados verificados no Brasil mostram que o pecuarista consegue sobreviver no curto prazo, pagando suas despesas com suplementação mineral, vacinas, medicamentos em geral, mão-de-obra, compra de animais, energia, sementes e forrageiras, entre outros. Entretanto, mesmo cobrindo o desembolso, o produtor não consegue arcar com os custos de depreciação de máquinas, equipamentos, implementos, benfeitorias e pastagens. Significa que, no curto prazo, o produtor se mantém na atividade, embora ocorra, ao mesmo tempo, o sucateamento da sua estrutura de produção.

Durante o evento no Brasil, os integrantes do Agri Benchmark Beef também participarão de visitas técnicas nas áreas de produção primária e processamento de carne bovina, na região de Goiânia, em Goiás. Os países que participam da conferência são África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Índia, Irlanda, Itália, Noruega, Peru, Polônia, Reino Unido, Suécia e Ucrânia.