No segundo dia do evento, os palestrantes debateram a conjuntura do mercado brasileiro de biodiesel, terceiro maior do mundo. Atualmente 51 indústrias têm capacidade para produzir 3,7 bilhões de litros por ano. Mas menos da metade desse potencial é utilizado. No ano passado foram produzidos e comercializados 1,16 bilhão de litros desse biocombustível.
Apesar de o programa nacional de biodiesel ? e consequentemente a produção ? estarem avançando com rapidez, o setor não escapou da crise financeira global. Com a redução da atividade econômica, o consumo de diesel no Brasil deve ter uma queda de 10% no primeiro semestre desse ano, o que deverá causar impactos para a indústria.
De acordo com o coordenador da Comissão Interministerial de Biodiesel do governo federal, Rodrigo Rodrigues, a redução do consumo terá reflexos diretos no setor. Mesmo assim, a expectativa é que a recuperação ocorra já no segundo semestre de 2009.
Para o presidente executivo da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), a melhor alternativa para reduzir os impactos negativos no setor seria o governo ampliar a adição de biodiesel no diesel mineral.
? Como caiu o consumo, os leilões são de quantidades menores. É uma queda inclusive geradora de desemprego. Em consequência disso é fundamental que tenhamos logo o aumento da mistura obrigatória para 4% ? afirma Odacir Klein.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) já sinalizou de forma positiva sobre a ampliação da mistura. No evento em Sertãozinho, Rodrigues antecipou que a comercialização do B5 (diesel mineral aditivado com 5% de biodiesel), prevista para 2013, pode ser antecipada para o ano que vem.
Também está programado para o final de fevereiro mês um leilão para comercializar 315 milhões de litros de biodiesel, que serão fornecidos no segundo trimestre deste ano.