O produtor Antonio Marcos Padoveze tem uma propriedade em Rio das Pedras, no interior de São Paulo, onde plantou milho safrinha no início de abril para colher em agosto. Em maio, a lavoura sofreu com a estiagem que atingiu a região. Foram 45 dias sem chuva. A produtividade na lavoura deve apresentar redução, mas essa não é a maior preocupação do agricultor, que está com muitas dúvidas em relação ao futuro do mercado. Padoveze diz que vai monitorar a pressão da safra americana e o mercado interno. Ele torce para que as exportações ganhem ritmo maior do que o ano passado.
O cenário atual é diferente do que ele encontrou em 2012, quando o milho era comercializado a cerca de R$ 30,00 a saca de 60 quilos. As cotações foram influenciadas principalmente pela quebra de produção nos Estados Unidos, o que provocou um aumento das exportações brasileiras. Agora, o produtor consegue cerca de R$ 22,00 pela saca.
– As margens de R$ 20,00, R$ 22,00 por saca, são muito pequenas para a região e chegam a empatar com os custos da produção, trazendo pouca rentabilidade – destaca o produtor.
O movimento de alta do dólar diante do real fez os agricultores se animarem com a possibilidade de ganho maior, e a perspectiva ainda é de supersafra no Brasil.
– Apesar da recuperação dos preços dos últimos dias, a pressão sobre os preços continua. Tudo indica que também haverá excedente de produção e, consequentemente, queda de preço – destaca o analista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Lucilio Alves.
Para ele, o momento é de observação do mercado:
– Se tivesse feito contrato antecipado, ótimo, se não, é melhor esperar para setembro e outubro para a venda, pois o cenário não é bom.