Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), a manutenção da verba anunciada no plano da safra passada é positiva, ainda mais com a garantia da presidente Dilma Rousseff de que haverá complemento, se necessário. Por outro lado, há preocupação de que o endividamento iniba a adesão.
De acordo com o tesoureiro da Fetag, Sérgio de Miranda, a expectativa é para uma definição breve sobre a proposta de renegociação das dívidas e ampliação dos prazos para pagamento. O tema será discutido em Brasília na próxima semana.
A necessidade de uma política de garantia de renda, associada a um acordo sobre renegociação de dívidas, é considerada crucial pela Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul).
Além disso, a manutenção dos R$ 16 bilhões para o plano frustrou a entidade. A reivindicação da entidade era de R$ 18 bilhões, pelo menos.
? Infelizmente, porém, se chegarmos a R$ 500 milhões para a área já será um avanço ? destaca Alexandre Bergamin, coordenador da Fetraf-Sul em Santa Catarina.
Para o consultor Carlos Cogo, porém, o valor do Plano Safra à agricultura familiar é adequado e, somado aos bons preços no mercado agrícola, gera uma tendência favorável a investimentos.
? A cada ano, há novidades e renovação das regras. A existência de uma política permanente evitaria esse clima de indecisão ? ressalta.
À espera de garantias, o agricultor Idalino Dal Bello, 62 anos, financiou parte da safra na cooperativa Cotrijal. Com o auxílio do filho Marcos Dal Bello, 28 anos, ele aguarda o momento certo para decidir se irá aderir ao Plano Safra no restante dos 120 hectares no interior de Passo Fundo, no norte do Estado. Segundo o agricultor, que já usou o plano em anos anteriores, o produtor precisa ter garantias ao fazer qualquer investimento, e o subsídio é decisivo.
? O governo devia ampliar essa demanda, pois o agronegócio move a economia ? afirma.