? O grande desafio é o Estado construir uma política efetiva de participação dos sujeitos do campo, que reconheça esses sujeitos e suas organizações como realmente presentes e capazes de participar dessa elaboração de política e que se implemente de forma efetiva ? disse a representante do Comitê Estadual do Campo de Pernambuco, Ana Silva.
Ela criticou ainda a falta de recursos destinado à educação no campo.
? No caso do Pró Jovem Campo todos os valores que nós temos para trabalhar com educação do campo, deslocamento e pagamento dos professores são, pelo menos, 100% abaixo dos valores pagos na cidade, quando as dificuldades são dobradas. E não são consideradas as condições de trabalho efetivo necessárias para as características do trabalho no campo ?avaliou Ana.
A assessora da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Tânia Dornelas, ressaltou a necessidade de uma educação que destaque as particularidades de quem mora na zona rural.
? A gente precisa não só de um currículo contextualizado com as necessidades do campo, mas que também seja uma educação libertadora, que promova o desenvolvimento sustentável do campo ? defendeu Tânia.
Cerca de quinhentos observadores e três mil delegados municipais e estaduais participam da Conae, que começou neste domingo, dia 28, e segue até quinta, 1º.
Vinte e oito debates marcaram o segundo dia da Conferência Nacional de Educação, que tem como um dos principais temas a criação do Sistema Nacional Articulado de Educação e do Plano Nacional de Educação, que vai delimitar as diretrizes adotadas desde a educação infantil até a pós-graduação entre os anos de 2011 e 2020.
Temas como financiamento da educação, a ampliação da obrigatoriedade do ensino básico, o analfabetismo e a valorização dos profissionais de educação também serão levantados ao longo da semana. As propostas aprovadas pelos participantes servirão como base para orientar políticas públicas e projetos do Legislativo.