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Estados Unidos é o mercado mais atraente para vinhos, diz Rabobank

Redução na demanda na China e na Rússia colocam o país na mira de exportadoresOs Estados Unidos estão posicionados como o mercado mais atraente para exportadores de vinhos premium no mundo. A afirmação consta no último relatório trimestral de vinho do Rabobank, divulgado neste mês.  

A pesquisa atribui o favorecimento do mercado norte-americano ao declínio das demandas russa e chinesa por vinhos importados e à recente valorização do dólar. A demanda também recuou em países proeminentes, como França, Itália, Espanha, Argentina e Chile, o que, segundo o banco, tem forçado produtores a encontrarem novas oportunidades de exportação.

Apesar de atraente, o mercado dos EUA impõe desafios para emplacar vendas. A competitividade é alta e a Califórnia registrou sua terceira maior colheita de uva em 2014, deixando vinícolas domésticas com amplo armazenamento. 

“Proprietários de marcas de vinhos precisarão ter bons argumentos para convencer os distribuidores que têm um claro plano de marketing e que suas marcas são diferentes o suficiente de outras no mercado para adicionar real valor ao portfólio dos distribuidores”, diz o banco. Outro destaque dos economistas do Rabobank é o ambiente de preços, que tende a ser “agressivo” em 2015.

De 2008 a 2012, o aumento da importação de vinhos na China foi alto, mas medidas de austeridade tomadas em 2012 reduziram o consumo nos dois últimos anos. Da mesma forma, muitas vinícolas europeias viram forte crescimento no mercado russo. No entanto, as recentes sanções sobre a Rússia, feitas pela Europa e pelos Estados Unidos, e a desvalorização do petróleo pesaram muito sobre a moeda russa, o rublo. 

Como resultado, a estimativa do Rabobank é que as importações russas tenham uma queda considerável em 2015. Além disso, o iminente risco de o vinho ser adicionado à lista de importações banidas no país deixa a maioria dos fornecedores cautelosos para investimentos. Segundo o banco, na atual conjuntura e com previsão de mais valorização do dólar, muitas vinícolas estão chegando à conclusão de que os “Estados Unidos são o mercado mais atraente” do momento. O relatório indica que o crescimento do consumo norte-americano foi consistente nas duas últimas décadas, e que produtos precificados entre US$ 9,00 e US$ 15,00 foram responsáveis por cerca de 60% dessa elevação.

Produção mundial

Segundo estimativas iniciais da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a produção global de vinho caiu 6% em 2014, para 271 milhões de hectolitros, puxada pelas safras menores registradas na Itália e na Espanha. A organização também reporta que o consumo global aumentou 2%. De acordo com a pesquisa do Rabobank, a Itália registrou quebra de 15% em relação a 2013 devido a condições meteorológicas desfavoráveis, mas foi a Espanha que apresentou o maior recuo: 20%.

Na Califórnia, apesar de a colheita ser uma das maiores da história local, a produção de uvas caiu cerca de 6% no último ano. Na França, maior fabricante mundia, subiu 10%; as produções neozeolandesa e australiana estão em curso, mas o Rabobank destaca que não há expectativa de mudanças drásticas em relação aos últimos anos. No Chile, a queda foi de 20% em função da geada que danificou varietais brancas. No entanto, relatórios indicam que os estoques de vinho tinto permanecem robustos. O banco cita que ainda é cedo para fazer previsões para 2015, mas sublinha que a colheita no país andino deve ser acima da média, o que pode gerar pressão de baixa nos preços aos produtores. 

Na Argentina, mesmo que a produção tenha caído em 2014, a redução é comparada aos grandes patamares de 2013. O Observatório Vitivinícola Argentino divulgou que estoques cresceram 13%, grande parte devido à queda do comércio exterior. A produção da África do Sul cresceu 4% na comparação com 2013 e foi uma das maiores do país. 

Brasil

As vendas de vinho fino no Brasil, representadas pelo mercado do Rio Grande do Sul, que detém 90% da produção vitivinícola nacional, apresentaram redução de 3,9%, chegando a 19,2 milhões de litros, segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Os produtos importados reagiram em relação ao ano anterior e cresceram 12,4% na venda em supermercados, lojas, adegas e restaurantes.

O vice-presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin e presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Dirceu Scottá, reconhece que existem dificuldades na competitividade com os importados. Assim como o presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Rogério Beltrame, que elenca a elevada tributação e os custos de produção como entraves à competição com os produtos importados. 

– A grande maioria dos vinhos importados não usa o selo fiscal devido a decisões judiciais, o que acaba resultando em concorrência desleal com o vinho nacional – explica. 

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