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Estiagem favorece aparecimento de lagartas na soja

A recomendação dos especialistas é monitorar as lavouras, identificar e quantificar as lagartas e somente a partir de 4 lagartas por metro linear buscar ajuda para controle

O aparecimento de lagartas neste início da safra de soja tem assustado parte dos produtores do Paraná. A irregularidade nas chuvas e períodos prolongados de veranico favoreceram o surgimento precoce das pragas. Segundo especialistas, não há razão para alarmismo já que a situação é bem diferente dos surtos ocorridos em 2013 e a principal atitude a ser tomada agora é o monitoramento.

No Paraná, após o final do período de vazio sanitário (em 15 de setembro) as chuvas chegaram à boa parte do estado e favoreceram o plantio acelerado da safra de soja. Entretanto, após este bom inicio, alguns municípios enfrentaram um longo período de estiagem. E este vai e vem das chuvas seguem até hoje.

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O problema neste caso não está na chuva, mas sim nos períodos prolongados de seca, que acabam favorecendo o surgimento de lagartas, entre elas a helicoverpa. Em São Pedro do Ivai, no norte do Paraná, produtores registraram um caso que chamou bastante atenção nas últimas semanas. Com 20 dias de plantio, o produtor rural Eder Fernando de Andrade registrou algumas lagartas atacando sua plantação.

Segundo o produtor, já existia a perspectiva de ataque de lagartas, afinal o clima estava muito irregular, mas a surpresa foi o surgimento precoce. “A gente se surpreendeu um pouco, pois achávamos que isso iria ocorrer mais adiante na lavoura”, diz Andrade.

Após a detecção das pragas o produtor tratou imediatamente de chamar o engenheiro agrônomo de sua confiança para saber como proceder dali para frente. Em sua inspeção, o especialista Carlos Backes notou a presença das lagartas, com uma infestação de no máximo 2 pragas por metro linear. “As lagartas que encontramos foram identificadas como spodoptera e helicoverpas”, garante o agrônomo Backes. “Este clima seco favoreceu este surgimento, mesmo precoce.”
Assustado com o fato o produtor resolveu aplicar os defensivos agrícolas imediatamente e gastou, em média, R$ 35 por hectare. “Não quis arriscar e apliquei os agroquímicos para eliminar este risco”, conta Andrade.

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Apesar da boa atitude em detectar a praga logo no inicio da infestação, através do monitoramento, o produtor acabou se equivocando em antecipar o controle, um erro muito comum, garante o pesquisador da Embrapa Adeney Bueno. O correto, em casos como este, é ficar em alerta, mas só fazer à aplicação de defensivos caso a população de pragas seja igual ou superior a quatro lagartas por metro linear. “O produtor precisa identificar com qual lagarta está tratando no campo. Depois disso, ele deve quantificar a lagarta para saber o momento certo de entrar com uma medida de controle”, frisa Bueno.

O pesquisador explica que até quatro lagartas por metro linear o produtor não deve aplicar agroquímicos, porque o controle será natural, seja com a chuva ou os inimigos naturais existentes. Principalmente a helicoverpa, que não sobrevive com muita umidade.

Algumas lagartas também foram encontradas em plantações de Mato Grosso, as fotos foram captadas e enviadas para a Embrapa pelo coordenador de defesa vegetal no Ministério da Agricultura, Wanderlei Guerra. Segundo ele, os produtores da região de Campo Novo do Parecis e Sapezal, relataram dificuldades no controle das pragas.

Apesar dos sustos, a situação atual é diferente da registrada em 2013, quando o país enfrentou um surto de helicoverpa que causou prejuízos bilionários aos produtores brasileiros. “Naquela época não tínhamos inseticidas registrados para o controle da helicoverpa. Não sabíamos como combater a praga. Hoje existem bons produtos, sabemos o momento certo de aplicar e estamos mais preparados”, ressalta Bueno. “Aplicar antecipadamente atrapalha o meio ambiente, dizima os inimigos naturais e gera gastos desnecessários aos produtores.”

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