Edson José de Souza planta soja, milho e cana-de-açúcar, e quase toda a produção é destinada ao sustento do gado de leite. A perda de 50% nas lavouras prejudicou as contas da fazenda.
– Nós investimos muito, porque queríamos uma produção igual a de 2013. Faltou água, faltou a chuva, produzi somente 27 sacas e não consegui fechar os contratos. Além disso, o custo foi alto, em torno de 20%, com menos produção – reclama Souza.
Esse ano, o índice pluviométrico na região, no período da estiagem, foi de 173 milímetros. Número bem abaixo da média histórica dos últimos doze anos, que é de 381 mm.
Segundo o levantamento feito pela Secretaria Municipal da cidade, as lavouras da região perderam, em média, 25% da produção, as mais afetadas foram milho, soja e o cultivo de hortaliças, com redução de 40% na área plantada.
Em outra propriedade, o agricultor Juliano Severino deixou de colher seis mil pés de brócolis.
– A seca esse ano ficou mais grave, a gente diminui as plantações, praticamente zeramos o cultivo de milho verde. Limão, só matemos, brócolis caiu bastante, porque a planta sente a falta de água, e a gente já está com problema de uso da água – destaca Severino.
Segundo o secretário de Agricultura do municipío, os produtores que tiverem grandes perdas podem procurar a Secretaria para auxílio em refinanciamentos e assistência técnica.
– Se tiver ocorrido uma perda grande na propriedade, ou no rebanho, o produtor pode nos procurar para que a gente o auxilie junto ao agente financeiro, pedindo prorrogação, negociando taxa de juros. Para isso, é importante que o produtor tenha esses dados em mãos, sempre com fotografias e laudos técnicos, geralmente, assim, o agente financeiro é sensível a esse tipo de situação e aceita proposta – diz Danilo Siqueira, o secretário.
Embora a situação preocupe, os produtores mantêm a esperança com a chegada da primavera.
– Preocupa bastante, mas começou a primavera agora, e a gente espera que na primavera chova – aguarda Severino.