O mercado nacional está desenvolvendo mais sistemas de irrigação, que além de garantirem eficiência, economizam água e energia. A seca este ano aqueceu as vendas.
– Sentimos que a procura por sistemas de irrigação praticamente triplicou em relação ao ano passado, principalmente a busca por sistemas de irrigação mais eficientes, que utilizam água de uma forma mais racional. Sentimos o mercado muito aquecido neste início de ano – opina o agrônomo William Damas.
• Seca que atingiu o país contribuiu para aumento no comércio de sistemas de pivôs de irrigação
– O custo do café por hectare é muito alto. Se o produtor perder um ano de safra ele está praticamente fora do mercado. Nós, de Araguari, estamos muito felizes, há 19 anos falando sobre isso. Vieram produtores de praticamente todo o Brasil para ver o jeito que Araguari faz para irrigar o seu café – destaca o presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari, Cláudio Garcia.
No Brasil, apenas 10% dos cafezais são irrigados. Eles respondem por 30% da produção cafeeira. A safra atípica, que trouxe seca e altas temperaturas fora de época, sofreu perdas até mesmo nas propriedades irrigadas.
O cafeicultor Jaime Bataglini visitou a Fenicafé atento às novas tecnologias. Ele conta que a estiagem prolongada deixou marcas e entra para história.
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– Os milímetros foram contados em 46 dias na minha propriedade. Com 26 milimetros de água, foi muito difícil, haja coração! Foi muito difícil ver lavoura empobrecer, o sol queimar as folhas de café – relata o cafeicultor.
As previsões climáticas revelam que novos ciclos como esse podem se repetir.
– Pelas previsões, vai ficar assim nos próximos 25 anos. Isso é a chamada Oscilação Decadal do Pacífico, que vai fazer com que os verões fiquem menos chuvosos do que o normal, como aconteceu nesta época. Os produtores estão vindo para a Fenicafé em busca de alternativas. Ele tem que pensar em irrigar o café – fala o coordenador Núcleo de Cafeicultura Irrigada dae Embrapa Café, André Luis Teixeira Fernandes.
Os palestrantes que participaram da feira destacaram que não basta ter dinheiro para investir em irrigação. Falta estrutura, como armazenagem de água próxima às fazendas. O agrônomo e cafeicultor da Bahia Gianno Brito conta que os produtores de lá também enfrentaram uma estiagem em 2012, mas o que parecia ser um apoio do governo se tornou prejuízo através de multas.
– Nós tivemos um decreto do governador para criar novas barragens nesse período de seca. O que aconteceu? Depois que venceu o decreto, o Ibama foi lá e multou o produtor. Realmente fica muito complicado para a gente do agronegócio trabalhar dessa forma.
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