– A gente nunca teve tanta perda como esse ano. Não esperávamos esse prejuízo. A época de plantio era para ser período de chuva, fizemos o plantio como de costume. Esperávamos pela chuva e ela não veio – lamenta a produtora.
Maíra salienta que a cultura que mais sofreu foi o arroz orgânico. Foram plantados dois hectares do grão e as perdas foram de 100%.
– Não sobrou nada, o arroz não chegou nem a cachear e não encheu o grão – diz.
O engenheiro agrônomo, Rafael Garcia, afirma que a seca foi atípica na região e as altas temperaturas acabaram diminuindo a capacidade das plantas em absorver o cálcio. Segundo ele, recompor o lençol freático e as nascentes não vai ser tarefa fácil e deve levar no mínimo dois anos. O produtor que já vinha investindo foi menos afetado e deve servir de exemplo para os próximos anos.
– É um sinal mais de alerta do que de pânico. A gente tem que abrir os olhos do consumo, dos produtores de água. Querendo ou não, o produtor é um “produtor de água”, a sociedade tem que enxergar isto e tem diversos aspectos ambientais que a gente pode fazer para agregar na produção de água. Reflorestamento de nascente é fundamental – afirma Garcia.
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