Estiagem reforça risco de quebra de safra da soja

Norte e leste de Mato Grosso são as regiões mais afetadas, com perdas já irreversíveis nas lavouras precoces, afirma consultoria

Fonte: Leonardo Seibt/Arquivo Pessoal

As irregularidades das chuvas desde setembro e as previsões de que o tempo vai seguir predominantemente seco nas próximas semanas reforçam o risco de quebra da safra 2015/16 de soja no Brasil, afirma a consultoria AgRural.

As regiões norte e leste de Mato Grosso são as mais afetadas, com abortamento de flores e vagens por estresse hídrico e perdas já irreversíveis nas lavouras precoces, afirma a consultoria. Porém, ainda é difícil mensurar o tamanho das perdas, pois há áreas com bom potencial no oeste e no sul do estado e, até mesmo, em parte do norte e do leste.

No Norte e Nordeste do Brasil, o plantio chegou a 72% da área prevista e o temor é de que as lavouras semeadas muito tarde sofram perdas por possível estiagem no período reprodutivo. No Tocantins, o plantio chegou a 81% e há problemas de germinação. No Piauí, que tem apenas 43% de sua área de soja plantada até agora, a região de Baixa Grande do Ribeiro é a mais afetada pela estiagem. Com 90% da área plantada, o clima segue quente e seco na Bahia. Os casos de replantio são pontuais.

Ainda de acordo com a AgRural, no sudoeste de Goiás, as chuvas estão frequentes e favorecem a safra. No norte do estado, a falta de umidade preocupa e alguns já falam em perdas. Em Mato Grosso do Sul, as chuvas estão regulares e a safra vai bem, apesar de alguns problemas isolados por excesso de chuva. Em Minas Gerais, a umidade é boa no Triângulo Mineiro e, em São Paulo, as condições seguem favoráveis.

No Paraná, a safra tem alto potencial produtivo. Em algumas áreas, porém, a chuva atrapalha a aplicação de defensivos e favorece a ferrugem. No Rio Grande do Sul, em São Luiz Gonzaga, a umidade tem favorecido o aparecimento de doenças de solo. Em Erechim, a primeira soja está entrando em floração, afirma a consultoria.