O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirmou nesta quinta-feira, dia 17, que a retenção das vendas de milho, em um momento de amplos estoques internacionais, pode trazer problemas para os agricultores.
“Muitos produtores brasileiros estão apostando em elevações de preço ainda maiores, retendo as vendas. A aposta, entretanto, não tem considerado os elevados estoques que grandes produtores, como os EUA e países vizinhos ao Brasil, vem mantendo”, disse Turra, em nota.
Para lidar com a escassez de milho no mercado doméstico, os setores de aves e suínos têm adquirido lotes do cereal da Argentina e do Paraguai. Segundo a ABPA, seis navios de milho argentino devem chegar ao país nos próximos dias, e outras 100 mil toneladas do cereal paraguaio foram adquiridas por agroindústrias. Há, ainda segundo a ABPA, outros lotes com entrega prevista no médio prazo.
“O mundo está abastecido de milho. Se a ‘safrinha’ (segunda safra) se consolidar com bom desempenho, o quadro mais provável é a sobreoferta de produto no mercado interno, com queda abrupta de preços do milho”, afirmou Turra. Segundo ele, esse quadro não beneficiaria o setor de proteína animal, já que o excedente de oferta pode influenciar a produção na próxima safra.