Estoque de milho ao fim da safra deve cair 30% em relação ao ciclo anterior

Soma das duas colheitas do cereal deve ficar em linha com resultado da última temporada. Diminuição da oferta acende sinal de alerta aos compradores

Fonte: Pedro Morais/Campos Novos (SC)

Apesar do aumento da produção de milho de segunda safra, os estoques do cereal ao fim da temporada 2015/2016 podem ser 30% menores que os observados em 2014/2015, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Considerando as estimativas de produção, exportação e consumo interno divulgadas na quinta-feira, dia 7, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os analistas do Cepea avaliam que haverá 7,37 milhões de toneladas de milho nos armazéns em janeiro de 2017. O estoque mais baixo, segundo os pesquisadores, “já acende um sinal de alerta aos compradores nacionais”.

A Conab projetou que a segunda safra deste ano será 4,7% maior que a do ano passado, chegando a 57,13 milhões de toneladas. Enquanto isso, a safra de verão deve cair 8,5% ante a anterior, para 27,5 milhões de toneladas. Assim, a produção total de milho neste ano deve ficar praticamente em linha com a anterior. As exportações entre fevereiro de 2016 a janeiro do próximo ano foram projetadas em 30,4 milhões de toneladas, com importação de 1 milhão de toneladas. A estimativa de consumo interno foi mantida em 58,4 milhões de toneladas.

Quanto aos preços, os pesquisadores lembram que o indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa está em torno de R$ 49 a saca desde meados de março. “Esse cenário está atrelado à demanda aquecida, num contexto de baixa oferta, mesmo com o avanço da colheita de verão”, apontam os analistas, em relatório.