A projeção foi considerada por empresários como o melhor espelho da revolução silenciosa que sofre o setor no mundo. Após dois anos de uma crise sem precedentes, os produtores de etanol passam por uma profunda reestruturação. A liderança de aquisições e fusões, porém, não está nas mãos de grupos agrícolas, mas sim de grandes empresas petroleiras do mundo.
No mesmo dia, Shell, BP, Petrobras e outras multinacionais do setor de energia anunciaram que se preparam para fazer investimentos substanciais nos próximos anos no setor de etanol. Para elas, o biocombustível é a opção “mais realista” para complementar o petróleo nos próximos 30 anos e, nessa estratégia, o Brasil é o principal alvo.
? Para as multinacionais de energia, o etanol é visto como uma fonte de energia mais acessível que o petróleo no Ártico, as reservas nos países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) ou a gasolina da Venezuela ? admitiu James Primrose, chefe de estratégia da BP Biocombustíveis.
Em 2007, apenas 7% do setor do etanol do Brasil estava em mãos estrangeiras, de acordo com o representante chefe da Unica para a União Europeia, Emmanuel Desplechin.
? Nossa previsão para 2010 era de que essa taxa chegaria a 12%. Mas o que vimos foi que o número hoje já é de 22%. Nos próximos cinco anos, a projeção é de que 40% do setor seja já internacionalizado no Brasil ? disse, afirmando que essa tendência vai continuar e até se aprofundar.
Segundo ele, os investimentos desde 2005 permitiram uma expansão da produção do etanol de 70% no país.