O projeto conta com o desafio de conseguir mais produtividade, mais qualidade e menor custo na produção. O cafeeiro quando irrigado durante todo o ano apresenta vários períodos de floração e conseqüentemente desuniformidade na maturação dos grãos. O estresse hídrico controlado acaba por educar o cafeeiro para um desenvolvimento equilibrado em condições adequadas de cultivo.
Para obtenção de florada e maturação uniforme, as irrigações devem ser suspensas no período de 24 de junho a 4 de setembro, até que o potencial de água na folha, medido na antemanhã, atinja valores em torno de -2,0 MPa (Megapascal). Essa estratégia de manejo permite obter mais de 80% de grãos cerejas otimizando a produção de cafés especiais de maior valor no mercado. Grande parte do café especial produzido no Brasil é exportada.
A adoção de um ou mais métodos de manejo de irrigação é indispensável para suprir de forma integral as necessidades de água nos diferentes estágios de desenvolvimento do cafeeiro.
Para os métodos de manejo de irrigação, com base em medidas de tensão de água no solo, o intervalo de tensão de 40 a 60 Kpa, medida a 10 cm de profundidade, pode ser usado como critério de decisão quanto ao momento de aplicação de água para a cultura. Para os métodos que se baseiam em medidas na atmosfera, os estudos indicam turnos de regra de três a cinco dias, para solos com menos e com mais de 30% de argila, respectivamente.
Em campos experimentais, a tecnologia, lançada há dois anos, garantiu o aumento na produtividade, quando comparada ao sistema de cultivo com irrigação durante todo o ano. A tecnologia aumenta a produtividade de café beneficiado em mais de 14 sacas por hectare. Em área plantada de 25 mil hectares, a produtividade média é de 40 sacas por hectare. Em média, o aumento da produtividade é de 30%.
É importante ressaltar que a tecnologia não aumenta as despesas do produtor, pelo contrário, reduz o custo de água e energia na irrigação em 40%, contribuindo para redução dos custos de produção e para preservação do meio ambiente, além de diminuir a bienalidade de produção.
O custo total da pesquisa é de R$ 250 mil. Tem a parceria do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, Embrapa Café, AIBA e produtores irrigantes de café do Cerrado, que investiram R$ 200 mil. Os beneficiados com a tecnologia são os produtores irrigantes de café do Cerrado, que obtêm melhoria de 30% de renda e de 10% de emprego.