Os resultados mostraram que culturas forrageiras como milho, sorgo, cultivares de P. maximum e Tifton 85 disponibilizaram energia com mais eficiência que milheto, cevada, aveia e azevém.
– No entanto, os resultados devem ser cuidadosamente analisados, visto que a cultura do milho foi a que mais disponibilizou energia, porém a que mais consumiu. Já o Tifton 85 foi a que menos consumiu e a terceira maior a disponibilizar energia, por exemplo – comenta Maria Carolina.
A pesquisa determinou fluxo de materiais (FM), demanda (EE), disponibilização de energia (ES), balanço energético (BE), lucratividade energética (EROI) e energia incorporada (EI) da biomassa, aplicados nesses sistemas. O FM determinou o consumo de insumos por área e serviu de base para o cálculo da EE dos sistemas. Com características das culturas, calculou-se a ES e, com base nesses parâmetros, calculou-se os indicadores BE, EROI e EI.
Segundo a pesquisadora, “com base nos resultados, concluiu-se que as culturas que se apresentaram mais eficientes, do ponto de vista energético, foram as gramíneas perenes como as cultivares de P. maximum e a Tifton 85, e as gramíneas anuais como o milho e o sorgo, pois mostraram os melhores valores de indicadores da eficiência energética (ES, BE, EROI e EI), o que justificaria uma posterior investigação detalhada no uso energético dessas culturas”.
As culturas da aveia, azevém, cevada e milheto apresentaram os valores menos favoráveis no enfoque energético. Portanto não foram consideradas adequadas à finalidade energética em relação às demais culturas estudadas. A operação que apresentou maior demanda de energia foi a distribuição de fertilizantes, devido aos insumos que possuem mais energia incorporada. O fertilizante nitrogenado aparece em primeiro lugar, devido à quantidade de energia utilizada em seu processo de extração e industrialização. O diesel aparece em segundo lugar, na demanda de energia, em seu processo de produção.
Sistema eficiente
Maria Carolina destaca que o enfoque energético de culturas usadas tradicionalmente para alimentação, seja ela animal ou humana, é importante já que viabiliza traduzir a realização de operações agrícolas em consumo de energia.
– Isso contribui na adoção de medidas que tornam o sistema mais eficiente do ponto de vista energético. Ainda permite a caracterização do potencial das culturas forrageiras em termos de fornecimento de energia, o que não deve, porém, ser confundido com a preferência de seu uso para essa finalidade em detrimento à alimentação – conclui a pesquisadora.