A produtividade da agricultura brasileira vem sendo analisada desde 1975. De lá pra cá, foram sucessivos aumentos nos índices registrados nas lavouras permanentes, temporárias, nas carnes, na produção animal, insumos e mão-de-obra. Em 2008, a produtividade do agronegócio no país cresceu 3,66%, enquanto a China alcançou 3,2% e os Estados Unidos 1,95%.
Em dez anos, a produção de cana, por exemplo, passou de 49 para 80 toneladas por hectare. Na atividade pecuária, a produção de carne bovina saiu de 11 quilos de carcaça por hectare de pastagem, para 39 quilos. O leite saltou de oito bilhões para 27 bilhões de litros no mesmo período.
No caso das aves, os números são ainda mais expressivos: um aumento de 373 mil toneladas para 10 milhões de toneladas em 2008. Segundo o responsável pelo estudo, o aumento da produtividade deve refletir no preço dos alimentos.
? Nos últimos 16 anos, a gente verifica que o preço dos alimentos está crescendo menos do que a taxa da inflação, então, os preços dos alimentos, devido a ganhos de produtividade, eles estão pressionando a taxa de inflação no Brasil ? disse o coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques.
Para o setor produtivo, esse tipo de estudo revela informações importantes na formulação de políticas públicas. Porém, considerando as diferenças de uso de tecnologia em cada região, é preciso que o agricultor fique atento às características de sua propriedade.
? É necessário que você tenha tantos esses estudos que são de longo prazo, que ajudarão a sustentar e formular a política agrícola brasileira como também é necessário incentivar o produtor para que melhore a gestão da sua propriedade e tenha um acompanhamento dos seus custos e da sua produtividade em nível micro ? finalizou a assessora técnica da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rosemeire dos Santos.