A partir de uma técnica de modificação genética, os pesquisadores conseguiram fazer com que alfaces produzam uma proteína que pode ser usada em kits que detectam a dengue. Amostras do material estão sendo testadas pela Fundação Oswaldo Cruz. Os resultados iniciais apontam eficiência.
? Nós temos visto a qualidade do sinal para detecção de dengue em humanos com proteínas produzidas nessas condições tem sido melhor. Ou seja, o sinal tem sido melhor para dizer se sim ou não, essa pessoa tem ou não dengue ? disse Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
As proteínas obtidas através de plantas custam até 10 vezes menos do que as de origem animal ou de bactérias. Quando chegar ao mercado, a grande vantagem do novo sistema será a economia.
? No Brasil ainda faz falta um kit de diagnóstico da dengue e, em muitos casos, a rede pública importa os kits. Isso, então, significa gasto do governo federal. O objetivo é baratear ou minimizar esse gasto ? observou Tatsuya Nagata, professor pesquisador e virologista da UNB.
Com a descoberta, já se fala na possibilidade de aprofundar os estudos para produzir uma vacina contra a dengue. A técnica pode contribuir também para o diagnóstico de outras doenças.
? Os projetos de pesquisa são assim, eles geram desdobramentos e isso nos permite extrapolar para a detecção de outros vírus, viroses e doenças e nos permite expressar outras proteínas de interesse farmacológico em plantas. Extrapolar inclusive para outras plantas ? disse Francisco Aragão.