Em alguns municípios, os preços não foram suficientes para cobrir o Custo Operacional Total (COT), provocando “um processo de descapitalização ou incapacidade de renovação da capacidade produtiva”, revela o estudo. Em outros municípios, a receita foi menor que o Custo Operacional Efetivo (COE), “demonstrando a necessidade de aportes de recursos”.
Em média, o prejuízo da cafeicultura de arábica foi de R$ 147,83 a saca. Em Manhumirim (MG), o prejuízo com a cultura foi de R$ 271,23 a saca. Já na cafeicultura de conilon, em média, o prejuízo foi de R$ 10,06 a saca. O prejuízo em Cacoal (RO) foi de R$ 60,97 a saca.
O café arábica apresentou uma desvalorização de 31,18% no acumulado deste ano, até novembro, ficando em R$ 218,48 a saca, em média. No café conilon, a queda nos preços no período alcançou 21,62%, e o preço de venda ficou em R$ 196,65 a saca.
Para o café arábica, o Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do dia a dia da produção, subiu 3,44% de janeiro a novembro. A maior alta foi observada nas regiões de colheita manual, onde o custo de produção ficou, em média, R$ 388,58/saca. Nas regiões semimecanizadas, o COE totalizou R$ 342,91/saca, enquanto nas áreas onde a colheita é mecanizada, o custo foi de R$ 261,36/saca.
A taxa de remuneração do capital investido em bens de capital na cafeicultura de conilon, na Bahia e no Espírito Santo, foi positiva em 2013. Entre janeiro e novembro, a remuneração média do capital em Itabela foi de 22,39% ao ano e em Jaguaré, de 8,74% ao ano. Em Cacoal, onde o processo produtivo é manual, a receita com o café não remunerou o investimento do produtor.
Conforme o estudo, a produtividade nas regiões analisadas foi decisiva para a composição do resultado de remuneração do capital investido. A produtividade em Cacoal é, em média, 74% menor do que nas demais regiões que, além de serem semimecanizadas, têm lavouras irrigadas.
Leia mais:
>> Para presidente do CNC, Pepro pode aliviar crise da cafeicultura
>> Cafeicultores esperam crise mais grave em 2014