Estudo da Unicamp apresenta café descafeinado e com alta produtividade

Indústria do café ainda duvida do potencial deste mercadoUm café descafeinado e com alta produtividade. Esta é a promessa de uma pesquisa da Unicamp. Os cientistas descobriram uma alternativa para produzir a semente sem cafeína. Porém, a indústria do café ainda duvida do potencial deste mercado.

A nutricionista Aline Lopes alerta: O consumo de café precisa ser moderado. A quantidade ideal de cafeína é de trezentos miligramas por dia, o que corresponde a duas ou três xícaras de café.

O certo é que muita gente prefere tirar a cafeína do cardápio. A Café Santa Mônica aproveitou a oportunidade. A empresa produz há oito anos uma linha de café descafeinado. São vendidos duzentos quilos por mês, mas o volume permaneceu o mesmo neste período. O empresário Arthur Moscofian Júnior admite que o interesse pelo produto é pequeno.

Outro obstáculo para o café sem cafeína é o processo de produção. São três tipos de processo, todos demorados, o que encarece o produto final. O cientista do Instituto de Biologia da Unicamp, Paulo Mazzafera, produziu sementes da variedade de café catuaí vermelho, uma das mais consumidas no Brasil, onde cafeína está ausente. Para isso, fez uma mutação, que utiliza produtos químicos. Segundo ele, um dos principais resultados do trabalho foi a economia de tempo, já que o melhoramento genético demoraria até quatro anos para funcionar.
 
Com o tratamento, o pesquisador obteve sete cafeeiros desprovidos de cafeína, que combinam produtividade e ausência da substância. Agora, ele aguarda investimentos da indústria.

Apesar do resultado satisfatório, a pesquisa agora depende do interesse dos fabricantes. Porém, a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abiec) ainda duvida que o produto tenha potencial para crescer. Na Europa e nos Estados Unidos, aumenta o consumo deste café. Porém, no Brasil, menos de 1% das pessoas consomem o produto.