– Se consumir 500 mil toneladas por ano, temos o suficiente para mexer com a estrutura do mercado. Isso interessa aos produtores porque vai equalizar os preços. A produção anual de arroz no Rio Grande do Sul é em torno de 7,5 milhões de toneladas. Esse é um mercado que se agrega. A produção de etanol do arroz não pode ser prioritária, mas complementar – diz.
Segundo o agrônomo, o arroz tem uma produtividade para etanol que pode se equivaler ao rendimento da cana-de-açúcar e é superior ao do sorgo e do trigo. São 420 litros de etanol por tonelada de arroz, contra 400 litros por tonelada de trigo, como produzido na Rússia, Canadá e Inglaterra. Em volume de litros, a capacidade de produção com arroz é o dobro da capacidade de produção de biodiesel com soja.
Apesar do potencial, a produção em escala comercial ainda não tem previsão. A legislação brasileira apenas regula o uso do etanol extraído da cana. A Embrapa Clima Temperado, com sede em Pelotas (RS), está desenvolvendo um grão propício para a produção de etanol, com o dobro do tamanho da média. A nova linhagem de arroz, apelidada de gigante, foi apresentada na abertura oficial da colheita deste ano, em fevereiro, e poderá chegar ao mercado em 2013 ou 2014.
Além de maior no tamanho, a produção também é mais volumosa. A média nacional é 7,5 toneladas de arroz por hectare e a produção do gigante é 14 toneladas por hectare. Além do experimento para produção do etanol, a agricultura gaúcha fornece casca do arroz colhido para alimentar duas usinas termoelétricas do estado (em São Borja e em Itaqui). A casca queimada gera calor que produz vapor e que movimenta turbinas, cujo mecanismo converte energia mecânica em energia elétrica.