Durante a Caravana Soja Brasil, o etanol de milho foi um tema que se destacou, já que os agricultores enxergam no produto uma nova fonte de comercialização
Em Mato Grosso, o milho de segunda sagra é uma cultura muito importante para a economia local. Neste ano, o grão deve ganhar ainda mais espaço. O motivo é o alto preço do produto, que já ultrapassa os R$ 40,00 a saca. Uma boa oportunidade, já que nem todo ano é assim.
– Tem ano que temos problemas de comercialização, também tem vez que os preços caem e isso dificulta aumentar o cultivo do milho. Na nossa região, existem indústrias que poderiam se beneficiar desse milho. Tem o etanol e outros derivados. Sem dúvida, isso pode ajudar bastante – avalia o agricultor Jefferson Luiz Castelli.
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Uma das saídas para driblar os momentos de baixa demanda de milho foi apresentada durante a Caravana Soja Brasil. Além das palestras sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP), tecnologia de aplicação e adubação de soja, os produtores aprenderam um pouco mais sobre etanol de milho, um nicho de mercado que pode ajudar para o agricultor.
– O que nós estamos fazendo aqui é mostrar para o agricultor as oportunidades que tem para se produzir o etanol de milho em Mato Grosso. Ao invés de a gente exportar o milho barato para produzir carne em outro país, a gente simplesmente agrega valor ao milho aqui dentro. É um valor agregado igual ao do farelo de soja – explica o conselheiro do Senar-MT e diretor da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira.
– O estado vê isso com bons olhos e já está dando incentivos para uma usina que está sendo instalada em Lucas do Rio Verde. Estamos conversando com a Secretaria da Fazenda para que a gente diminua a tributação para o produtor na usina, para que ele tenha o estímulo para aumentar esta produção. Faz todo o sentido agregar valor ao invés de exportar a matéria prima – afirma o secretário-adjunto de Agricultura do estado, Alexandre Possebon.
Os produtores que acompanharam a palestra oferecida pelo Senar-MT e Canal Rural ficaram animados com a possibilidade.
– Tem safra de milho que nós vendemos a saca a R$ 15,00 e não paga o custo. O grande problema é logística, o frete é muito caro. De cada três sacas, duas são para o frete. Diante disse, por que não industrializar o milho aqui? É mais fácil exportar álcool do que exportar milho. Por isso nós estamos atentos aqui para pegar informações e entender a possibilidade – comenta o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, José Nardes.
– Existe o potencial. Agora temos que estudar a viabilidade econômica e a destinação deste etanol – lembra o produtor rural Fernando Cadori.