No interior de São Paulo, um projeto experimental vem estimulando a produção do etanol de uma forma alternativa. A matéria-prima utilizada é o sorgo e, em pouco tempo, esse novo tipo de etanol pode ser uma opção comercialmente viável para os produtores.
O produto utilizado para esse novo tipo de etanol é uma gramínia da mesma família do sorgo da cana-de-açúcar que, no passado, já foi considerado um sub produto da cana.
– O sorgo é uma cultura amplamente usada no Brasil para alimentação de animais. Muito tempo se passou até que se descobrisse sua utilidade aliada à tecnologia. Este é um experimento voltado para o futuro, utilizando o sogro como matéria-prima para produção de etanol – explica Vagner Kogikoski Júnior, gerente de marketing da Canavialis, marca comercial da Monsanto para os negócios de cana-de-açúcar e sorgo sacarino no Brasil.
Os primeiros testes foram feitos na década de1970 e logo abandonados. Há três anos, a multinacional Monsanto fez uma parceria com uma empresa de maquinário agrícola e começou a desenvolver um projeto em cinco usinas.
A produção média da plantação de 20 hectares de sorgo para os experimentos é de 50 toneladas por hectare. De cada tonelada se produz 50 litros de etanol, o que equivale a 2,5 litros por hectare, média suficiente para garantir a rentabilidade do negócio.
A novidade vem sendo encarada como uma alternativa e não como concorrência à cana-de-açúcar. A plantação seria feita no sistema de rotação de cultura nas áreas de reforma dos canaviais em outubro e novembro para colheita em março, garantindo etanol em um período de baixos estoques.
A consolidação do experimento vai depender da aceitação do produtor e de alguns ajustes da indústria. Na outra ponta do projeto, na empresa que produz máquinas e implementos e que apoia os testes, o protótipo de uma colheitadeira adaptada para plantação de sorgo já foi aprovada.