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Etanol hidratado perde espaço para o anidro no país, segundo Conab

Enquanto a produção de etanol anidro deve crescer 15,3% em 2013, oferta de hidratado deve subir apenas 4,4%A produção do etanol hidratado, que é uma alternativa para abastecimento de veículos flex fuel, perderá espaço para o combustível anidro, que é misturado à gasolina, em 2013. O levantamento de safra feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado na terça, dia 9, aponta para o crescimento de 1,5 bilhão de litros (+15,3%) na produção de anidro, enquanto a oferta de hidratado deve subir 613,7 milhões de litros (+4,4%).

O aumento na mistura de 20% para 25% a partir de 1º de maio e a perspectiva de exportação são os fatores que levaram as indústrias a aumentar a produção do anidro, segundo os pesquisadores. Pelas projeções da Conab, a produção total de etanol deve aumentar em 2,125 bilhões de litros (+8,9%) e atingir 25,766 bilhões de litros, com oferta de 11,364 bilhões de litros de anidro e 14,401 bilhões de litros de hidratado. A participação do hidratado no total caiu de 58,3% para 55,9%.

Ao ser questionado sobre a possível redução na oferta de hidratado e desestímulo à produção de carros flex, em função da baixa rentabilidade provocada pelo atrelamento do preço do etanol ao da gasolina, o diretor do departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Cid Caldas, afirmou que as medidas que estão sendo elaboradas pelo governo irão garantir a competitividade do setor sucroalcooleiro.

Na opinião de Caldas, principalmente a desoneração dos impostos federais vai aumentar a rentabilidade do etanol hidratado para as indústrias. Ele observa que a estimativa divulgada pela Conab mostrou aumento de dois bilhões de litros na produção de etanol, o que exigirá apoio do governo federal para garantir às indústrias financiamento para estocagem do combustível. Ele lembra que, nesta safra, o governo disponibilizou recursos que não foram utilizados porque não houve demanda, mas a linha de crédito será renovada no próximo plano de safra e serão programados entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões.

Ao destacar o apoio do governo ao setor sucroalcooleiro, Caldas comenta que o crescimento de 11% na produção de cana-de-açúcar, para 653,8 milhões de toneladas, reflete principalmente o aumento da produtividade decorrente dos financiamentos da ordem de R$ 4 bilhões destinados à recuperação dos canaviais. Os recursos devem proporcionar a renovação de 1,5 milhão de hectares, área que deve se repetir na próxima safra, diz ele.

– Acredito que as consolidações já ocorreram e agora estamos na fase de crescimento. As medidas anunciadas pelo governo são suficientes, mas os investimentos dependem do investidor, que tem que acreditar no setor, que tem perspectivas bastante animadoras – afirma.

>>Acesse o levantamento completo da Conab para a safra 2012/2013

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