Segundo Zenawi, a produção agrícola etíope aumentou 8% entre 2005 e 2010, e a expectativa é dobrar essa cifra até 2015. A ideia é atrair mais investidores estrangeiros para o setor, autorizando a instalação de fazendas para produção em larga escala. O plano também prevê facilitar o acesso de milhões de pequenos agricultores aos mercados. Eles perfazem 85% da população.
A exploração de petróleo e gás também já traz divisas internacionais para a Etiópia. A Turquia, Índia, China e o Egito têm negócios no país. Mas as indústrias respondem por pouco mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual. Setores como o bancário e de telecomunicações são pequenos, o que atrapalha a atração de investidores.
A instabilidade política também preocupa os investidores, tanto interna quanto dos vizinhos Eritréia, Somália e Sudão. O primeiro-ministro Zenawi mantém sua posição desde 1995, quando houve as primeira eleições na história recente. Ele foi reeleito em 2005 e neste ano, segundo grupos opositores, mediante fraude e opressão de etnias rivais.
O otimismo do primeiro-ministro se baseia no crescimento da economia do país nos últimos cinco anos que, na média, ficou em 11%. De acordo com Meles Zenawi, a estimativa agora é encostar nos 15% anuais. Menos otimista, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento de 7% este ano.
A Etiópia é o país africano que há mais tempo é independente e tem a segunda maior população do continente, atrás apenas da Nigéria. Dos seus 85 milhões de habitantes, 5 milhões precisam de ajuda internacional direta para comer. Outros 7 milhões dependem de um programa governamental de ajuda alimentar, chamado de Rede de Proteção, que também recebe fundos internacionais.
Mesmo com o crescimento nos últimos anos, a Etiópia ainda é o segundo país mais pobre do mundo, segundo índice da universidade britânica Oxford, atrás apenas da Somália.