O embate entre os dois países trouxe ares dramáticos para o mercado da oleaginosa. O Brasil pode se dar bem, caso o impasse sobre os fretes se resolva rapidamente
Daniel Popov, de São Paulo
Depois de tanto ameaçar, os Estados Unidos finalmente confirmaram a implementação das tarifas sobre US$ 34 bilhões em bens chineses. O anúncio realizado nesta sexta-feira, dia 6, gerou imediata retaliação por parte dos chineses, que anunciaram sobretaxa de 25% sobre as importações de soja americana.
A informação divulgada pela a agência de notícias estatal Xinhua, afirma que o Ministério de Comércio chinês adotou as medidas às 12h01 (horário local) desta sexta-feira. O governo também aproveitou para dizer que “Washington lançou a maior guerra comercial da história econômica e que Pequim seria obrigada a contra-atacar”.
1º Fórum Soja Brasil – safra 2018/2019
Impacto na soja
Desde a semana passada, os contratos da oleaginosa na Bolsa de Chicago tem enfileirado quedas, justamente por conta deste impasse entre os dois países. Nem mesmo o anúncio do Departamento de agricultura dos Estados Unidos que a safra de soja em andamento teve uma leve piora nas condições, mudou este cenário.
Ao todo já são oito quedas seguidas e, para piorar, o contrato de novembro atingiu nesta sexta, dia 6, o mais baixo patamar em 10 anos, com US$ 8,53 por bushel. Já o contrato que serve como referência para o mercado físico brasileiro, agosto 2018, opera a US$ 8,40 por bushel, depois de ter registrado o valor mínimo de US$ 8,37 por bushel.
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Mercado brasileiro
Os analistas de mercado do Brasil e especialistas acreditam que o Brasil poderá se beneficiar deste embate entre os dois países, mas terá que resolver rapidamente alguns problemas internos, como a tabela de fretes, para isso.
Segundo Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras e Mercado, o Brasil está à frente na disputa por ser um dos maiores produtores mundiais de soja. “Não tem outro país com tanto potencial, mas a questão dos fretes é um limitante. É preciso resolver isso o quanto antes para que os negócios voltem a andar normalmente”, diz.
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Mesmo com as quedas seguidas dos preços na Bolsa de Chicago, no mercado interno os valores seguem estáveis e remuneradores, acima de R$ 85 por saca na maioria dos portos.
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