A decisão americana cria um transtorno para a continuidade do acordo que suspendeu a aplicação de retaliações do Brasil contra produtos americanos ? direito conquistado pelo país na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao final de oito anos de disputa sobre os subsídios dos Estados Unidos ao setor de algodão.
O acordo firmado em junho previa, como contrapartida americana, a certificação do Estado de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação e a posterior extensão desse status à região Centro-Oeste do Brasil. Dias depois de firmado o acerto, Avalos enviou uma carta ao Departamento Econômico do Itamaraty na qual prometia a emissão da certificação para Santa Catarina até o final de setembro.
Reações
Avalos alegou que surgiram manifestações negativas à liberação da importação da carne brasileira na consulta pública realizada no último semestre. Camargo Neto, que realizou um estudo minucioso dos resultados dessa consulta, rebateu que essa conclusão era incorreta e chamou a atenção de Avalos para o fato de que as associações de produtores americanos de carne suína haviam confirmado a adoção de padrões científicos por Santa Catarina para evitar a febre aftosa, mesmo sem vacinação do rebanho.
A reação brasileira deverá se concentrar no próximo dia 20 de outubro, quando as delegações do Brasil e dos Estados Unidos se reunirão em Washington para tratar da aplicação do acordo sobre o algodão.