Segundo o consultor da Datagro, Plínio Nastari, as exportações brasileiras de etanol para os Estados Unidos podem ser maiores em 2014 mesmo se for aprovada a proposta.
– Significa uma redução na velocidade e no ritmo de expansão dos bicombustíveis nos EUA, mas não representa uma redução da utilização. É um aumento, mas num ritmo menor do que havia sido legislado em 2007 – salienta.
Para o diretor da SCA, Martinho Seiti Ono, a proposta pode trazer prejuízos às usinas brasileiras e norte-americanas que investiram na ampliação da produção de etanol.
– Esse retrocesso significa uma grande preocupação para os anos futuros, porque as empresas que investiram podem estar muito desapontadas. E como essa proposta tem 60 dias para as empresas, público, população, se manifestar a favor e contra, nós entendemos que haverá uma avalanche de processos de empresas que se sentem prejudicadas com a proposta – destaca.
As exportações do etanol brasileiro para os EUA este ano somaram cerca de 2,5 bilhões de litros. Esse volume representa 10% do que é produzido no Brasil. Para o especialista, o mercado interno consegue absorver essa produção, já que a demanda doméstica é crescente.
– Eu não vejo maiores consequências de preocupação com a demanda para nosso etanol para o ano que vem, uma vez que o Brasil ainda tem uma grande potencialidade de demanda nos carros flex fuel, que nós temos no mercado. Nas últimas semanas, eu li em reportagens que nós só temos 25% dos carros flex fuel usados no Brasil. Então, temos um potencial grande a ser explorado e facilmente poderemos absorver o que não for exportado – disse o diretor.
A redução da mistura de etanol à gasolina nos EUA ainda precisa ser submetida à avaliação pública durante 60 dias até ser finalizada.