Responsável por 74,8% dos 6.515.844 hectares de florestas plantadas no Brasil, o cultivo de eucalipto sofre há anos com os prejuízos causados pela ferrugem (Puccinia psidii). As primeiras evidências do fungo ocorreram em 1929 e atualmente é um dos principais responsáveis por resultados negativos nas áreas de plantio da espécie, com perdas de até 27% no volume de madeira produzido.
De acordo com João Galon, coordenador de Contas Chave para Floresta, os ensaios da pesquisa para comprovação da eficácia do fungicida para o eucalipto foram realizados durante um ano, e a aplicação de forma preventiva permitiu que plantas susceptíveis à doença da ferrugem com alta produtividade de madeira e/ou celulose não precisassem ser substituídas por outras com características inferiores.
– Todas as informações necessárias para o registro foram protocoladas em dezembro de 2010, mas a autorização saiu há menos de um mês, em plena época de ocorrência da doença, que ataca entre março e agosto – explica Galon.
A ferrugem é considerada uma das doenças mais severas na cultura do eucalipto no Brasil, pois se desenvolve em climas mais frios e úmidos, com temperaturas entre 15°C e 20°C, características típicas das florestas plantadas no Sudeste e Sul do Brasil. Ataca apenas plantas jovens, com menos de dois anos de idade, seja no viveiro ou no campo. Os indícios de ataque são minúsculas marcas na parte inferior da folha, levemente salientes, de coloração verde-clara ou vermelho amarelada, que se transformam em esporos de coloração amarelada e começam a desaparecer após duas semanas, aproximadamente.
– Caso o manejo não seja feito corretamente, os tecidos afetados morrem e a árvore toda pode ficar comprometida, em especial se ela for muito nova. Para as empresas florestais, os prejuízos com essas perdas são enormes, uma vez que a ferrugem diminui o número de plantas por hectare e, consequentemente, a produtividade – diz Galon.